domingo, 29 de novembro de 2009

A dificuldade do ponto final...

Uma das coisas boas da escrita é que, indiscutivelmente, pode parabolizar tudo e mais alguma coisa.
Esta vez a 'minha' reflexão recai sobre o ponto final (.)
Para quem escreve regularmente não é difícil perceber o quão difícil é utilizar o ponto final, e ainda mais o ponto final, parágrafo. É o fim de algo, para se iniciar outro tema, ou até voltar atrás na catarse da história. Mas, esse ponto significa sempre uma mudança, seja em que direcção for, e por isso mesmo, é uma decisão difícil de tomar, e um sinal de pontuação carismático.
Pessoalmente não costumo ter dúvidas nas vírgulas, no ponto e vírgula, dois pontos, (adoro as reticências, que deixam ao imaginário de cada um o que cada pontinho pode conter...); mas o ponto, o final, meus amigos, esse é difícil mesmo. Para mim parece sempre que algo chegou ao fim, e ainda com tanto por dizer; depois é a sequência que não se enquadra e o fio da meada por vezes torna-se difícil de retomar.
Se olharmos para a vida, em geral, também é assim: é duro colocar um ponto final, seja em que situação for; ou porque não se quer, ou porque não se está preparado ou porque implica o sofrimento de alguém... é difícil, significa respirar e passar adiante! ou seja, terminar um ciclo e começar outro; uma viragem, mesmo que não seja para outra 'margem'.
Para mim chegou agora o momento desse ponto final, em assunto tão banal que talvez até valesse a pena apostar num ponto e vírgula ou em reticências. Mas não, a opção é mesmo o 'ponto final parágrafo'!!!
A ideia é iniciar um outro ciclo, quebrar as amarras do passado, numa tentativa desumana de esquecer o que tanto me deu e enriqueceu. Não me posso queixar: os meus sonhos de menina cumpriram-se todos: fui bailarina, hospedeira de bordo, professora, entre outras actividades que tanto prazer me deram; até fui noiva, com direito a anel, vestido comprido e tudo o mais, tive um cão, o melhor cão do mundo (que era o meu e tantas saudades me deixa), a minha casinha (finalmente) em Lisboa, viajei por tantos lugares e fui a Sevilha vezes sem conta... O desfecho de tudo isto pouco importa, pois o que fica sempre é a sensação de que 'eu passei por lá' :)
Fui menina e moça, agora sou mãe, cumprindo o maior sonho e bênção de todo o sempre, com tudo o que isso implica e significa.
O que serei, o que farei daqui em diante logo se verá... aprende-se com a idade, e talvez até melhor com a maternidade, de que os planos não se vão fazendo, mas vivendo. As aventuras continuam a ser muitas, as surpresas outras tantas, as venturas e desventuras sucedem-se umas após outras, mas a compensação está sempre lá: aquele amor que não tem medida nem porquês e se revê num sorriso inocente!!!
Estão a ver o que acontece quando se usa o ponto parágrafo? Acabei por viajar por outras ideias que nem tinha intenção de abordar. E, afinal, o ponto final? Em quê? Deixem lá isso, que pouco importa, e faz parte de uma pequena parte do que fui. Muitos saberão do que falo, outros nem por isso; mas não faz mal, pois é assim mesmo que deve ser: deixar-vos apenas a sensação: o amargo de boca que deixa, o salgado sabor de uma lágrima e a esperança de que o virar de página que me aguarda do outro lado traga a devida compensação ou, pelo menos, a paz :)
Se assim não for, então é porque não é suposto ser assim, e então haverá lugar à resignação - essa palavrinha tão cheia de significado.
Tenho dito. (ponto final, mesmo)
Bjos

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As funções da escrita

A escrita, por si só, não é nada, se não vier encarregada de uma missão: fazer rir, chorar, criar sentimentos de angústia, surpresa, suspense, raiva... são artes e artimanhas que prendem o leitor à escrita e o escritor ainda mais à sua vontade de escrever.
Há quem se reveja em determinados textos, há que se identifique, quem se glorifique e, inclusive, quem se irrite; mas aí reside o deleite do escritor - saber que as suas palavras suscitam emoções, ainda que, em grande maioria, refreadas e desconhecidas.
Neste blog, como em qualquer outro, imagino, o próprio autor pode escrever sobre aquilo que lhe apetecer, sobre quem quiser, utilizando a sua liberdade de escrita, embora tentando não ferir ou nomear seja quem for (pelo menos não é esse o meu propósito).
Mas também como em qualquer blog, existe uma secção de 'comentários' para ser usada (e ninguém pode dizer que alguma vez comentou e o autor não autorizou a sua publicação). É isso que dá vida a um blog, e à escrita, são as opiniões, os acordos e os desacordos, as alegrias e até as lágrimas que se arrancam dos corações mais endurecidos.
O meu recente texto sobre o futebol, por exemplo, motivou algumas reacções, é certo, mas ninguém ousou comentar! é pena, pois poderia ser a forma de me fazerem entender ou demover da minha posição 'extremista, de ódio, mesmo' (pelo menos na interpretação da minha amiga Carine) pelo futebol.
Usem e abusem dos comentários, até porque gosto de sentir o retorno das minhas singelas palavras ;)
Eu vou continuar a escrever, gostem ou não, sobre os temas que me apetecer, em dias sim, em dias não, sempre com a lágrima no canto do olho, o sorriso nos lábios e a saudade no coração, conforme os dias, as horas, ou a motivação...
Bjs

Noblesse oblige :)

Nem só de tristezas ou temas angustiosos vive este blog; também aqui se faz a apologia da beleza, da saudade, dos amigos, das alegrias, de sítios lindos para conhecer, etc.
E como o título diz: 'noblesse oblige'... e obriga mesmo a um agradecimento pela surpresa que me proporcionaram o meu irmão, a minha cunhada, as alunas e as amigas que lá estiveram. É verdade, foi a minha primeira vez, e como qualquer 'primeira vez' que se preze, teve um sabor especial. Claro, contou com o factor distância, com a insuspeição e a discrição de quem sabia do 'arranjinho': estive em Lisboa há poucos dias, e por muito poucos dias; o tempo nunca é suficiente para se fazer tudo o que se gostaria, ver todas as pessoas que se faria questão de ver ou mesmo para um passeio solitário ou um programa a 'dois'; deixei de fazer planos, há muito, para estas visitas relâmpago, pois acabava sempre com o sabor amargo da insatisfação de não conseguir cumprir tudo e da desilusão daquilo que nem sequer se poderia vir a fazer. Por isso, quando não se fazem planos, o que surgir é lucro, mas lucro mesmo!
Alguma vez iria imaginar que aquele jantar só para nós, família, iria reunir um tão simpático grupo de amigos/as que, obviamente, estava longe de encontrar (pelo menos desta vez)?! A noite foi agradável, a companhia excelente, o repasto de comer e chorar por mais, Santiago radiante da vida e até o kikinho deu um arzinho de sua graça ;) Que mais se poderia desejar?! Uma noite feliz e para sempre recordar. Como é bom sermos surpreendidos... Agora já posso dizer que as festas surpresa não acontecem só nos filmes! No filme da minha vida, a surpresa aconteceu e, podem crer, valeu, valeu, valeu!!! :)
Obrigada a quem esteve presente, a quem organizou e a quem foi 'cúmplice', que permitiu estampar na minha alma uma bonita recordação e no meu coração um sorriso de felicidade.
Bem hajam.
Bjs

sábado, 14 de novembro de 2009

Qual Joaquim Cortés ;)

Muito se fala da influência que sofrem os bebés enquanto na barriga das suas mães... aquilo que sentem, pensam, o que fazem ou dizem, mesmo os sonhos ou ambições; cada vez mais são mais as pessoas que dizem ser positivo ouvir muita música clássica, pois tranquiliza o bebé e dá-lhe referências posteriores para 'educar o ouvido'.
Pois eu cá, na minha gravidez, fiz de tudo um pouco, ouvi música de todos os géneros e dancei que me fartei, durante longas horas, em aulas, espectáculos, festas, fora de horas mesmo.
Lá tranquilo ele não nasceu, não senhor, e continua bem agitado... mas adora tudo o quanto é música, ritmo; aproveita tampas de panelas ou caixinhas para extrair sons e delira com música espanhola (sabe-se lá porquê ;). Adora ver-nos dançar e já imita alguns passos dos que vê em vídeos na tv; e agora que começa a dizer as primeiras palavras, já começa a entoar melodias, como se quisesse cantar.
É engraçado, mas curioso, ao mesmo tempo, pensar o que leva um ser tão pequenino a evidenciar as suas preferências musicais desde tão cedo e, por outro lado, leva-nos a certezas de que, de facto, ainda na barriga de suas mães, os bebés são mesmo influenciados (para o bem e para o mal).
Seja como for, o nosso Santiago é a alegria da casa e dança até não poder mais, enchendo de orgulho os pais babados e os demais que têm o prazer de assistir...
Vá lá, para não dizerem que guardo tudo para mim, aqui fica a partilha, com todos vós, do último registo do 'bailaor Santiago' :)
Bjs

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Ai a falta de tempo....

Este blog nasceu com a função de ocupar algum do meu tempo livre.... mas já lá vai o tempo, é verdade, em que tinha esse tempo tão livre que me permitia vagar e divagar ;)
Os pensamentos ainda andam por aí, pululam os temas e a vontade é sagaz, mas a disponibilidade cibernáutica é menor, tornando mais difícil as actualizações.
Apenas uma palavrinha para sossegar os que me lêem (mais para me sossegar a mim, diga-se), pois o blog não está esquecido. Volta meia volta hei-de cá vir, deixando o testemunho de uma ou outra alegria, uma ou outra tristeza, lá dependendo dos dias.
Por terras helvéticas o frio já se faz sentir, o vento sopra, lembrando que é tempo de retirar das caixas os cachecóis e as luvas, mais as botas e toda a parafernália de artefactos contra o gelo ;) Como é rápida a passagem do bom tempo ao Inverno; ainda que sempre anunciado, parece nunca acreditarmos que ele irá chegar, e por isso mesmo no dia que ele chega nunca estamos a contar. É assim, mas quase para tudo, não é verdade?!
Mas, enfim, com o Inverno chegam também as castanhas, a neve, e o Natal. Pois é, não tarda nada estamos de volta às lojas e às luzinhas, à azáfama das filhoses e do bacalhau. Com o Inverno vem também o chocolate quente, o maravilhoso fondue de queijo e porque não uns assadinhos na lareira.
Que delícia! Afinal sempre há um lado positivo em tudo...
Eu gosto do frio, gosto do Inverno, dos dias que se tornam noite tão mais cedo, dos casacos quentinhos e roupas felpudas. Não sei, mas deve ser pela sensação do 'aconchego' que tudo isso proporciona :)
Bjos

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Esse 'parasita' de nome FUTEBOL

Fala-se tanto da gripe, dos vírus e das pandemias... e os outros parasitas?
Veja-se o caso do futebol, por exemplo. Coisa ridícula e perfeitamente inútil; dali não se retira nada senão o exemplo do palavrão, da mexeriquice à volta de quanto o jogador A e B ganham, do mau ganhar e do mau perder. São os apitos dourados, os casos polémicos e os ridículos 90 minutos que arrastam multidões, unem países e pessoas de todas as raças e etnias.

22 atrás de uma bola, mais 3 ou 4 árbitros fazendo o que podem, um estádio cheio de gente e está feita a festa.... tento, mas não compreendo. É uma doença, sim senhor, e não tem tratamento; aliás, a tendência (uma vez contaminado) é sempre ir piorando, agravando-se os sintomas e a impossibilidade da cura. Mesmo os mais inteligentes não escapam aos seus efeitos nocivos e vivem sôfregos de um 'joguinho', seja ele qual for, pois o relvado tem sempre a mesma cor e pouco interessa a cor da camisola de quem lá vai dar uns pontapés, já que o objectivo é mesmo passar os 90 minutos a discutir se aquela falta existiu ou se o 'camelo' do guarda-redes estaria cego para deixar entrar aquele 'frango'.

Eu queria ver se não existissem animais o que iriam inventar?!
Um dia vou compreender, tenho a certeza. Talvez quando aparecer outro 'vírus' :)
Ahhhah

Bjs

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Farto de tudo?!

Já alguma vez teve a sensação de estar 'farto de tudo'? Pois bem, saiba que isso é normal!
Li em artigo recente que esta sensação é normal e pode até ocorrer sazonalmente (e com mais frequência, nas mudanças de estação, tal como a Outono).
Se nunca sentiu essa sensação, eu explico-lhe como é, para ter uma ideia: não encontra o mínimo interesse em tudo o que tem para fazer, não consegue achar piada a nada, o futuro parece-lhe longínquo e cinzento, não se mexe porque não tem vontade de o fazer, custa-lhe até a respirar e quase não tolera que outros respirem à sua volta, tem dificuldades em dormir, entre outros 'sintomas'... Em suma, sente-se 'desajustado' e sem rumo, algo semelhante a uma depressão, sem o ser.
Coragem, isso vai passar! Mas cabe-lhe apenas a si ultrapassar esse momento. Se espera sentado que algo do exterior aconteça, ou que alguém o surpreenda com algo de bom para pôr termo ao seu mal-estar, désolée! (como se diz por aqui), pois nada nem ninguém vai fazer algo para o tirar daí (pode acontecer, mas é uma chance num milhão...).
Portanto, o melhor a fazer quando se sentir 'farto de tudo' é mesmo empreender uma acção, arregaçar as mangas e fazer algo de que gosta, que o faça sentir-se melhor, até que o ânimo volte. E vai voltar!
Seja seu amigo, cuide-se, mime-se e faça algo de verdadeiramente EXTRAORDINÁRIO por si, porque se não fizer, mais ninguém o fará...
Bjs

sábado, 22 de agosto de 2009

A vida é um Circo

Pois, sim, mas nem todos podem ser os trapezistas... ouvi no outro dia no autocarro, em conversa animada entre duas senhoras...
Aproveitei o resto do trajecto e reflecti naquelas palavras que, afinal, fazem todo o sentido; a vida é realmente um grande circo em que todos participamos, quer queiramos, quer não.
Os papéis são atribuídos arbitrariamente e nem todos podem ser os trapezistas, ter o número principal, o mais brilhante ou arrojado. Também tem de haver lugar para os vendedores de pipocas, os que trabalham atrás de cena, os que cuidam os animais e os famosos palhaços!
O circo não se faz sem nada destas pessoas; o que seria do trapezista se não houvesse lá alguém que lhe tivesse montado os baloiços e as redes com toda a segurança? É um número bonito, sem dúvida, mas será o mais importante? Saem de cena, triunfantes, e regressam ao camarim com o sentido do dever cumprido, cansados, esperando o dia de amanhã para mais um treino, pois apenas assim serão cada vez mais e mais perfeitos.
E os palhaços... são eles a alegria das crianças! Valha o esforço: riem quando muitas vezes querem é chorar e choram quando têm vontade de rir. Abraçam o grande e o pequeno, fazem de ricos e de pobres, sempre com grande disposição e disponibilidade para fazer os outros rir. E por dentro, com que vontade? Não serão então os palhaços os mais importantes do circo? Não seremos todos palhaços nesta vida? Quem já não chorou com vontade de rir ou vice-versa? Quantas vezes fazemos algo de alma e coração apenas para ver os outros 'sorrir'? E a maior parte das vezes, senão quase sempre, resulta num esforço inglório, que ninguém reconhece... porque o palhaço pobre será sempre o pobre, e o rico, o rico, mas nenhum deles é a atracção principal nem nunca será.
As luzes de cena abrem-se para outros números mais chamativos, cujos protagonistas exibem trajes vistosos e no final, sempre, um 'ahahaahaha' de espanto, perante mil olhos surpreendidos pelo que acabam de ver.
E os palhaços vão e vêm, saem e entram mil vezes, se preciso for, arrancam umas gargalhadas aqui e acolá, mas depois recolhem-se ao camarim, retiram a maquilhagem, o falso sorriso que desenharam no rosto e voltam a ser gente comum, com as suas alegrias e tristezas, donos do seu percurso (ou talvez não) e, tantas vezes, solitários, sem o sorriso de alguém que lhes abrilhante a vida e lhes retribua a gargalhada.
Mas a tenda está montada, o espectáculo tem de continuar, e há mil e um afazeres que esperam colaboradores: o que escolheria.... palhaço ou trapezista?
Bjs

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Da folia dos carroceis ao fogo-de-artifício

São assim as festas de Genève...
Durante o mês de Agosto, por alguns dias, Genève enche-se de folia, de estrangeiros (mais dos que habitual, e sobretudo árabes) para 'curtirem' a época das festas.
Alguns dias antes, anunciam-se as 'pré-festas', onde se adivinha já alguma animação extra pelas ruas, a montagem da roda e o aparato de gente que trabalha para montar tudo a tempo das famosas festas.
Durante 10 dias, a cidade enche-se de alegria, música do entardecer à noite, luzes brilhantes, tasquinhas e os carroceis que fazem as delícias da pequenada.
Desta feita foram dedicadas ao Sultanato de Omam, e por isso apareceram também as danças orientais, as vendas de incenso e indumentárias a preceito.
Quem por aqui vive, certamente, não vai de férias nesta altura (pois é o único momento em que se passa realmente algo na cidade, ainda que seja mesmo 'quase nada'). Quanto mais não seja, o ambiente é diferente (e se o tempo ajudar, como foi o caso) proporciona umas escapadelas nocturnas bem agradáveis.
Ponto alto das festas é, sem dúvida, o fogo-de-artifício! Espectáculo musical e pirotécnico por excelência (com o fogo comprado no nosso Portugal, que é o melhor do mundo na matéria); a meu ver, sem grande excelência, mas brilhante e agradável. Claro que a envolvência do espectáculo pode influenciar e torná-lo no melhor espectáculo do mundo (e foi mesmo isso que me aconteceu!!!).
Imagine-se um dos melhores hotéis de Genève (ou, pelo menos, mais famoso) e a vista sobre o lago - e o fogo - que proporciona a situação geográfica do seu tecto... Quem diria: eu vi mesmo o fogo no tecto do Beau Rivage, longe da multidão, algo isolada, é certo, mas agradavelmente surpreendida pelo bom acolhimento (foi uma noite regada a champagne, com saborosos macarrons e verrines condizentes, e mesmo umas pantufinhas para proporcionar um calcar mais macio num piso que se adivinhava demasiado irregular para os tacões de 6 cms que se impunham para a ocasião).
A companhia foi agradável, mas faltou a tua... Não se pode ter tudo, não senhor, mas valeu pela experiência, pela vista e por ter chegado tão alto ;) sem mesmo contar. E também aí reside o belo da vida: o imprevisto e o incontornável!!!
Fica o registo de breves segundos, para os mais curiosos:
Bjs

sábado, 1 de agosto de 2009

Como um barco que navega em alto mar

É tudo uma questão de navegação, diria....
Por vezes o mar está agitado, outras uma calmaria, mas é inolvidável a sua cor turquesa e a agitação das águas, que termina sempre na espuma branca que abraça a costa quando ambos se encontram num abraço prolongado em qualquer praia.
Um barco dá à costa, não se avistam tripulantes. Sentada na areia observo a sua movimentação e indago-me como veio ali parar; os raios de sol reflectem o brilho do casco do navio e não consigo vislumbrar o seu nome, com as letras gastas já pelo tempo.
No silêncio do fim de tarde mastigo um não sei quê de nostalgia com a paisagem daquele barco que paira sob as ondas, deixando transparecer o vulto do rebordo, como que apelando ao convite da visita; hesito, mas a vontade é mais do que muita e lá tomo a iniciativa.
Acerco-me do barco, a água está tépida, mas começa a agitar-se, como que levando o 'meu barco' para mais longe; enfim, eu já o tinha adoptado como meu (até porque não estava ali mais ninguém e o barco parecia mesmo abandonado)....
Mas a natureza surpreende-nos e parece que quando tomamos a iniciativa de algo, concorre para nos ajudar a atingir o nosso objectivo; e aquele barco que parecia inatingível, com o agitar das águas, afinal acabou por ir e vir, ficando mesmo ao meu alcance :)
Estava contente. Parecia inatingível, mas assim que dei o primeiro passo, mesmo com a dificuldade da maré, ele acabou por ficar ali mesmo ao meu lado, disponível para uma visita.
A emoção é mais do que muita, o coração bate a um ritmo descompassado. Olho ao redor e a praia está deserta; o silêncio envolve o clima de ondas de ternura, com o odor do mar a abrilhantar o quadro.
Faço um gesto para alcançar a proa, ergo-me o mais que posso e num instante estou lá em cima, apodero-me do leme e vou velejando por ali, qual timoneiro, rumo ao horizonte, naquele barco desconhecido, de ninguém...
Toda a iniciativa começa com um primeiro passo; ainda hoje poderia estar naquela praia, sentada na areia, sem saber os segredos que continha aquele barco. Mas não, aqui estou eu, observando ao longe aquela praia tranquila, agora do lado de lá, e nunca mais serei a mesma!
Nunca é fácil tomar a iniciativa, por vezes até é o caminho mais complicado, mas sempre, isso é certo, se não a tomarmos, poderemos nunca saber o que está mais além ;)
Já agora, para quem não é de tomar iniciativas, talvez valha a pena pensar nisto!
Bjs

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Viagem a um pequeno mundo encantado

Para quem diz que por aqui não aparece nada sobre a 'terra helvética', aqui fica, então, a descrição de uma pequena viagem encantada ao mundo dos caminhos-de-ferro...
Emoldurado pelas bonitas margens do Rhône, encontra-se o «Swiss Vapeur Park», um dos mais prestigiados circuitos de caminhos-de-ferro em miniatura, da Europa.
Entre o verde da montanha e as águas cristalinas desenham-se mil e uma linhas que guiam as famosas miniaturas (réplicas das maravilhosas antigas locomotivas a vapor, de diversos continentes).
Os fascinantes comboios, juntamente com a cidade em miniatura (que alberga restaurantes, lojinhas, e até uma igreja com som ambiente) fazem as delícias de miúdos e graúdos, convidando a viver este pequeno paraíso em modelo reduzido.
Por uma módica quantia para a entrada pode-se andar de comboio em comboio, até não poder mais; é fascinante assistir àquele regresso ao passado, mas sempre intemporal, a julgar pela alegria estampada no rosto dos passageiros.
Deixo as coordenadas, para quem se atrever a 'sonhar'... www.swissvapeur.ch
E algumas imagens para se deliciar....


É caso para dizer: «Apita o comboio, lá vem apitar... apita o comboio, à beira do mar... lalalalalalalalalalalalalalalala» :)
Bjs

quarta-feira, 24 de junho de 2009

'A vida é como uma caixa de chocolates'

Lá dizia o Forrest Gump e com toda a propriedade.... 'a vida é como uma caixa de chocolates; nunca sabemos o que lá está'.
E mesmo depois de abrirmos a caixa, olhando o seu interior, a surpresa subsiste; por vezes homogénea, outras recheada de tantas formas, cores e odores, a caixa permite-nos quase sempre adivinhar a nossa escolha.
Após breves segundos de deleite visual, lá nos decidimos por um e aproximamos lentamente os dedinhos, por forma a segurarem o mais delicado possível no eleito, e acabamos por provar! Se gostarmos, comemos o resto rapidamente; se não, então lá acabamos também por o comer, se bem que de forma mais demorada (qual sacrifício... quando se trata de chocolate, salvo raras excepções, não há quem resista), mesmo que seja pela 'vergonha' de deixar na caixa um bombom ratado ;) E assim sucessivamente, um a um, lá vamos provando uns e outros, até vermos o fundo da caixa.
Claro, há sempre a opção de oferecer o resto da caixa, se não nos agradar, mas a sensação de posse que cada caixa de bombons oferece, não termina até que testemunhemos o seu final. É viciante....
E assim é com a vida: temos momentos mais agradáveis, outros menos, mas acabamos sempre de provar um pouco de todos, quer queiramos, quer não, pois a primeira (inocente) dentada assim o determina; podemos decidir partilhar esses momentos ou vivê-los a sós, mas não nos livramos da experiência.
Momentos há que vêm recheados de fantasia, risos de mil cores... outros trazem consigo o sabor amargo do chocolate negro (nem por isso menos amado)... mas lá vamos vivendo, um após o outro, na esperança que o próximo saiba melhor, até que chegue o fundo da caixa (que, desta vez, não podemos vislumbrar). Por isso provamos todos avidamente, pois o chocolate é viciante, assim como a vida!!!
Quem recusa provar um chocolatinho?!
bjs

quarta-feira, 10 de junho de 2009

E não lhe digam que 'não podem'!

Mais pessimistas ou mais optimistas, todos nós temos a grande 'capacidade/facilidade' em baixar os braços perante a adversidade e dizer que «não podemos mais», tantas vezes por puro comodismo ou simplesmente porque não acreditamos nas nossas capacidades...
Difícil é lembrar que existem tantas pessoas no mundo que vivem felizes mesmo com as grandes dificuldades que a vida lhes proporcionou; questionamos onde vão buscar tanta força, tanta coragem para superar tudo e todos e, frequentemente, a resposta é - na Fé - em Deus!!! Esse Deus que parece bafejar os 'infelizes' de uma coragem avassaladora que nós, sortudos (cujos problemas não são um décimo dessas grandes desgraças) não possuímos.
Mas Fé é algo que se trabalha, educa e pratica, para que possa dar frutos e preencher o nosso coração de alegria, talvez mais em tempo de dificuldades do que em tempo de grandes felicidades ou alegrias; porque é fácil lembrar-mo-nos de 'algo maior' quando sofremos e esquecermos tudo quando estamos bem.
E depois aparecem pessoas como esta (Tony Meléndez) - que não são mais do que anjos na terra, cuja missão é fazer de nós pessoas mais optimistas; depois de ver este vídeo, quem terá coragem de voltar a dizer 'não posso'?!
Como nenhum de nós (graças a Deus) tem esta 'adversidade', temos seguramente mais facilidade em lutar para concretizar os nossos sonhos ou objectivos.
É inevitável soltar uma lágrima...
Obrigada amigo, por me teres enviado este exemplo de coragem e determinação! Rezarei e pedirei a Deus, diariamente, que me dê a coragem e força necessárias para também eu fazer o meu caminho :)
Bjs


sábado, 6 de junho de 2009

Alsácia, a bela

Uma das vantagens de viver aqui por 'terras helvéticas' é, sem dúvida, estar a pouca distância de locais inusitados e belos, seja de França, Itália, Alemanha, etc.
Desta vez a escolha foi a bela Alsácia, região vinícola por excelência, com pequenas vilas perdidas no meio das verdejantes vinhas (Colmar, Riquewille, Ribeauville, entre outras , relembram as histórias de fadas e gnomos, com as suas casinhas de madeira, estruturadamente encaixadas em coloridos fantásticos); nos telhados pululam ainda as cegonhas (desaparecidas da região há mais de 20 anos e que agora regressam para aí fazer morada, tornando-se por isso o símbolo da Alsácia).
A gastronomia não é muito variada, mas as famosas 'tartes flambés' fazem jus ao nome e, juntamente com a simpatia dos habitantes, tornam uma estadia simpática e agradável.
O mote em si já era apelativo: reencontrar amigos de longa data, para um fim-de-semana de convívio. Engraçado se torna, e até diferente, combinar um encontro com alguém, algures a 300 kms (+-) das respectivas casas... sem qualquer contacto telefónico no dia combinado, chegamos ao hotel exactamente na mesma hora... coincidência?! ou talvez não!
Que boas são as amizades que perduram no tempo, cuja distância não diminui a intensidade de cada encontro, por breve que seja, em que não há 'cobranças' das ausências e que, em cada reencontro, iniciam com um simples: «Olá, como estás?», fazendo parecer que o tempo não passou, que tantas coisas não se viveram e outras tantas não se viverão, pela longa ausência que se avizinha após a partida.
Claro que é impossível retomar tudo aquilo que se gostaria em cada breve visita, contar tudo, saber de tudo.... há sempre tanto que fica por dizer, pois o tempo nunca chega!!! Mas e o olhar? O sentir? O coração que se enche de alegria apenas pela presença daquela que se limita a ser 'amiga'.... compensa e recompensa, fazendo ver que por muitas ausências, estará sempre presente!
Tenho saudades amiga, claro que sim, dos belos tempos que passamos na BN; as nossas risadas no corredor, com a Maria de Lurdes, as novidades que sempre me trazias do 'Público' e os programas que teríamos para ver no CCB, para fazer com os miúdos, etc... Jamais alguém fará isso como tu, amiga! E ninguém compreendia que passávamos o dia juntas (a trabalhar) e que, por isso, à noite tínhamos de telefonar para contar as novidades ;) hehehe
As '3 graças' - como nos chamavam... lembras-te? inveja, era o que era!!!
Bons momentos passamos, como outros menos bons em que também estiveste sempre presente, a meu lado, emprestando o teu ombro amigo e dando aquela força que só tu sabias... E confesso que fiquei feliz quando torceste o pé e tiveste de ficar em casa a estudar ;) mas esses são os mistérios do alto que nos fizeram entender. Sei como ficaste triste de não te acompanhar nesse processo (se calhar, hoje, podíamos estar as duas aí), mas não tinha mesmo de ser...
Seguimos caminhos diferentes, fomos para países mais diferentes ainda, mas a nossa amizade está aí para durar, estejamos onde estivermos, deste ou do outro lado da vida, tenho a certeza! Ou não me tivesses tu oferecido o singelo livrinho 'Não há longe nem distância'!
Obrigada pelo simpático fim-de-semana, pela compreensão para com as tropelias do pequeno Santiago, que tornam qualquer passeio algo mais conturbado :)
Porque nunca te disse como eras uma AMIGA importante para mim enquanto estivemos juntas, deixo agora umas palavrinhas que me saíram do coração e que sei (por certo) irão directamente para o teu.
Mil beijos e um bem-haja para ti, Graça

Aqui ficam, pois, algumas imagens da Alsácia, a bela...



sexta-feira, 5 de junho de 2009

A força das palavras

Nem sempre nos damos conta da importância e da força das palavras....
Palavras escritas perdem um pouco da sua personalidade, pois podem sempre ser ponderadas, corrigidas, rasuradas, substituídas, etc.
Mas aquelas que se dizem no momento têm o poder e a força que têm, pois cada momento é único e não volta nunca atrás.
Palavras podem ser mágicas, podem transmitir carinho, amor, ternura, mas também agressão, raiva, destruição.... tudo depende do interlocutor e da sensibilidade de cada um.
Por vezes, a mesma palavra, dita com entoações diferentes, pode mesmo transformar o seu significado ou intenção iniciais; bom seria que tivéssemos a capacidade de avaliar cada uma minuciosamente, antes de as dizermos, mas também reconheço a 'inverosimilhança' dessa pretensão.
Mesmo assim, tantas vezes, uma palavra vale mais do que tudo, ainda que pobre de significado, mas com grande carga emocional... voluntaria ou involuntariamente, uma palavra pode fazer a diferença, na minha, na tua e na vida de todos nós!
Bjs e um bom fim-de-semana, repleto de boas e muitas palavras, mesmo que sejam as 'cruzadas' que tanto entretêm numa tarde de Verão passada à beira-mar ou numa qualquer esplanada....

quarta-feira, 3 de junho de 2009

A magia das bolas de sabão

Finalmente o sol começa a aparecer aqui por 'terras helvéticas'; embora tímido, o calorzinho começa já a convidar às saídas, aos passeios pelos imensos parques e aos banhos nas piscinas improvisadas (sejam fontes ou fontinhas, desde que tenham meio centímetro de altura e água fresca já servem para o efeito).
Realmente por cá aproveita-se o sol como se pode: deitados na relva, numa pedra a beira do lago... quais camaleões esperando alcançar o bronzeado típico do Verão. À primeira vista parece estranho, mas depois habitua-mo-nos a conviver com estes modus vivendi tão diferentes dos nossos;)
Os parques fazem as delícias da criançada, onde até improvisam áreas com areia (bac à sable) para poderem fazer castelos, castelos, castelos, como se de verdadeira praia se tratasse; e ali mesmo ao lado, os baloiços, o escorrega, os cavalinhos, os passarinhos e as árvores; tudo em alegre harmonia, misturando-se com o som ritmado das gargalhadas, gritos ou choro da criançada (sim, porque sejam lá de que nacionalidade forem, afinal todos choram na hora de sair do baloiço ou da água).
Por vezes sento-me na área de jogos e observo de soslaio o grupo das amas que conversam despreocupadamente e mesmo alguns pais que lêem descontraidamente um livro, sendo interpelados de vez em quando pela criança que vem ver se está tudo bem por ali; claro, sempre sem tirar os olhos do meu pequeno diabrete que corre desalmadamente atrás de qualquer pombo ou da lua que se vislumbra no céu (não vá perder-se na sua fantasia!).
É realmente mágico assistir e participar deste mundo fantasiado, em que as crianças são os protagonistas e os adultos parecem marionetas agindo ao seu 'comando'. Quase como as fantásticas bolinhas de sabão, que deslumbram os pequenos brincalhões, talvez por tão voláteis, frágeis, efémeras...
Ainda não consegui perceber bem porquê, mas basta agitar o frasco, soltar umas quantas bolas e.... pafff!!! reúnem-se logo umas quantas crianças que saltam e correm, tentando apanhá-las, numa alegria imensa e contagiante. Talvez porque não sejam necessárias razões para as coisas se tornarem mágicas para as crianças, e talvez seja essa mesma a lição a aprender com elas.
Uns treinos no parque, passando pelos baloiços e os escorregas, seguidos do local da areia e acabando na piscina... observando e tentando imitar; depois, talvez, transportar a alegria vivida no momento para a 'vida real', aquela que se encontra fora do parque, sem a magia das bolas de sabão, e sem tanta inocência! :)
Bjs

Quem disse que é preciso areia para fazer castelos?!

sábado, 2 de maio de 2009

Mãe

Com três letrinhas apenas se escreve uma palavra tão majestosa, tão cheia de amor, de graça, de paciência, de conforto, de carinho, de mil sorrisos e outros tantos ralhetes....
MÃE não há como a nossa, que é sempre a melhor do mundo: a minha, a tua, a de todos nós!
Um tributo especial a todas as mães (e sobretudo a MARIA, mãe de Jesus) e à minha felicidade por hoje pertencer a esse privilegiado grupo de mulheres que um dia, sendo abençoadas, puderam saber o que isso é :)
Para a minha, que está lá tão longe, mas sempre tão perto, deixo um beijo especial e votos de que seja desta a celebração do euromilhões!!!
Bjs

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Difícil não é viver, mas sim 'saber viver'

Há pessoas que parece sofrerem toda uma vida para conseguirem alguma coisa, incapazes de se socorrerem da ajuda de outros, de incomodar seja quem for, enganar ou iludir, para conseguir algo em seu belo-proveito.
Outras há que parece terem nascido com o dom de conseguir tudo o que querem; normalmente, são pessoas de sorriso fácil, charmosas e cativantes, dotadas de uma qualidade vulgarmente apelidada de 'lata' para conseguirem aquilo de que necessitem, mesmo que isso custe trabalho, suor ou lágrimas a alguém.
Abonatoriamente, por norma, são bons amigos dos seus amigos, mas protagonistas daquelas que se chamam 'relações vampirizadoras': os outros não resistem ao seu 'charme' e, por sua vez, a tudo o que pedem (e que, tantas vezes, nem precisam pedir, bastando insinuar).
É uma arte, diga-se, a de saber viver; é preciso não só ter 'lata', como também vir dotado de outras 'qualidades técnicas', como sejam o egoísmo e o orgulho, entre outras bastante convenientes a este tipo de predadores (se assim os pudermos chamar).
Existem, é verdade, mas muitas vezes nem sequer eles próprios se dão conta de que são assim: vampirizam-se amigos, namorados, maridos, filhos... qualquer relacionamento que implique dar e receber; só que, naturalmente, eles não dão, apenas recebem, com a mestria de ainda darem a perceber ao outro que isso não acontece e que também se empenham em dar, dar, dar.
Mas como qualquer arte, também esta se pode aprender (quem nunca se cruzou com um 'vampiro'?! o grande mestre do sugar e aproveitar... quem nunca se sentiu, alguma vez, sem energia, impotente para dizer 'não' a alguém que lhe é próximo?).
Há contudo que começar a treinar um pouco de cinismo, juntamente com umas palavras certas em determinado momento, uma lembrança ou um telefonema 'ao acaso'... grandes doses de risadas e pancadinhas nas costas... e pronto, meio caminho andado para a grande aprendizagem!!!
Cá por mim, prefiro manter-me na ignorância; mas que às vezes apetecia, lá isso apetecia... só que depois lá vem o nosso 'sininho' residente e deita tudo a perder :)
A cada um a sua consciência e a esperança na recompensa eterna!
Bjs

terça-feira, 28 de abril de 2009

Tributo à felicidade

Hoje
vou ser feliz!

Há muito que queria escrever sobre esta singela frase que adorna o espelho da casa de banho de uma querida amiga (beijinhos para ti, Sofia).
É preciso ser audaz, determinado e altruísta até... será que podemos 'controlar' o nosso dia, determinar se ele vai tornar-nos felizes ou não? teremos a capacidade de sermos felizes quando quisermos? Não sei se será possível, mas acho bonita a pre/disposição: olhar para uma frase destas quando acordamos, antes de sair de casa, talvez nos dê outra forma de encarar o dia. É uma brilhante ideia (ou pelo menos, original) e ficou gravada na minha mente desde o dia em que a vi.
Difícil é aplicar, decidir, e ser mesmo feliz, perante as dificuldades, as complicações, os dias cinzentos ou chuvosos. Mas a felicidade é mesmo isso: feita de instantes, pequenos momentos ou pequenos nadas, pensamentos, ou frases ouvidas (lidas) ao acaso que nos fazem ficar com vontade de nesse dia, 'sermos felizes'.
Bem-aventurados sejam os que conseguirem fazer do tópico o seu padrão de vida diário e contribuírem, dessa forma, também para a felicidade dos que os rodeiam!
Façam favor de ser felizes :)
Bjs

Podemos ser o que quisermos :)

O bom da imaginação e da criatividade é, sem dúvida, dar-nos a capacidade de sermos tudo aquilo que quisermos.
Há alguns anos atrás, uma das minhas professoras da escola primária lançou o repto - fazer uma composição seguindo o tema 'Se um dia eu fosse...' - nada mais fácil, pensamos de imediato! Se eu fosse princesa, rainha, polícia, bailarina, etc. etc. Não apresentava dificuldade nenhuma o tema, pois (mais ou menos) todas as crianças sonham em ser qualquer coisa; mas eu sou assim, mais complicada, e querendo ser diferente resolvi escolher o meu tema: 'Se um dia eu fosse um garfo'...
O tema sugeriu de imediato uma risada e a preocupação da professora que resolveu comentar com a minha mãe que ninguém da minha idade iria preocupar-se em ser um garfo por um dia; mas deram-me asas à imaginação e lá me deixaram escrever sobre a vida atribulada de um garfo ;)
Às vezes dá vontade pensar no que seriam os objectos se ganhassem vida, o que pensariam, como veriam as suas funções... Um garfo não passa de um utensílio, mas até ele tem a sua importância: leva-nos o alimento à boca, obriga a que o braço faça exercício, a mão ganhe destreza e, além disso tudo, pode ser decorativo. Não interessa se é um garfo do Ikea ou de um qualquer faqueiro de renome, ou mesmo de plástico ou madeira, pois a sua função está sempre assegurada. E há até quem invente e utilize o garfo para coçar o corpo (em caso extremo de coceira) ou para picar alguém, como manifestação de desagrado....
Podemos segurar o garfo com a maior delicadeza, ou com a maior das brutidões, que ele não vai queixar-se com certeza, embora (se tivesse vida) tivesse todo o direito em reclamar.
E as suas ajudantes, as facas? um garfo sozinho cumpriria a sua função com mestria? parece que até mesmo um garfo precisa de ajuda, talvez até companhia; não é à toa que fazem parte dos faqueiros, também as colheres de sopa, de sobremesa, e as facas de carne, de peixe, de manteiga...
A vida dos garfos pode ser mais simples (num lar de um solteiro), em que certamente é pouco solicitado; ou mais complicada: se pertencer a um restaurante tipo taberna ou hotel de luxo, as coisas podem ser bem diferentes. Só que, enfim, coitado, o seu destino é sempre o mesmo, a função irrepetidamente igual e o fim de vida anunciado para quando alguém assim o entender.

Não sei se fui fiel ao 'texto original' da minha infância, mas a ideia é mais ou menos esta ;)
Mesmo eu, sendo professora, acharia que quem o escreveu teria um parafuso a menos...
Hoje talvez pense que se pode fazer um paralelismo com as nossas vidas e pensar que podemos ser o que bem quisermos, se dermos largas à imaginação.
Por vezes cabe-nos a missão de nos 'animarmos' (=ganhar vida) o que, indiscutivelmente, um garfo jamais poderá fazer.
Parece tonto, não?! Mas a mim deixa-me com um sorriso nos lábios ;)
Bjs

P.s. Da próxima vez que utilizarem um garfo, sff, olhem para ele com 'respeito', pois estará também ele a cumprir a sua função!!!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

E quem fala assim....

«Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas,
não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...»


Fernando Pessoa - 70.º aniversário da sua morte

Bjs

sexta-feira, 27 de março de 2009

É tão bonito, que vale a pena partilhar!

Em jeito de despedida para fim-de-semana, deixo a quem me costuma ler este pequeno vídeo que sempre me enche a alma de coisas boas e faz transbordar o coração de bons sentimentos e esperanças...
É simples, e uma verdadeira ternura.
Tudo de bom para vós :)
Bjs


terça-feira, 24 de março de 2009

Em Abril, Sevilhanas mil....

Abril é o mês da Primavera, do cheiro a flores de laranjeira, dos primeiros raios de sol e do calor que timidamente convida às saídas, às férias, às noites de luar, ao ritmo compassado das gargalhadas, entre copos, tapas, trajes de mil folhos e cores e, claro, ao baile por sevillanas.

Parte integrante do folclore musical andaluz, as sevilhanas motivam a partilha, a alegria e o convívio entre amigos e/ou aficionados, dos 8 aos 80, sem nunca deixar esquecer a sua componente de sensualidade e cortesia…

Mónica Lavín, autora mexicana, escreveu um livro em 12 contos – Por sevillanas – onde associa com arte e mestria as danças sevilhanas às etapas da vida de uma mulher (desde a criança que começa a bater palmas num coro até à mulher que dança semi-nua em frente a um espelho). Os personagens imprimem força e paixão a cada sevilhana, mostrando assim como se deve ‘dançar também a vida’:


Primeira sevilhana

«Azules rejas, azules rejas,

azules rejas, entre cortinas blancas»

Os braços erguem-se lentamente ao som de uma voz que anuncia o início do movimento, juntamente com os primeiros acordes da guitarra. A menina movimenta as suas mãos como passarinhos de papel, juntamente com as outras pequeninas. Dançam descalças, com os cabelos ao vento salgado e azul da Andaluzia. Entre as risadas esbranquiçadas como os muros, os pés pequenos levantam os folhos das saias quando trocam de sítio.

A dança é alegre, gozo de cordas e vozes cujo sentido importa. E aí importa o passo no tempo certo com o par, os braços que baixam quando um pé marca o caminho. Rabisca-se a dança para deter o revoltear de olhares no rasgado final das cordas, com os braços em postura altiva e o queixo erguido em direcção às nuvens.

A menina é, na classe, apenas mais uma numa dança aprendida entre bonecas e salões de festas, como o gosto pela água nos pés ou o vaivém de um escorrega tocando o céu.

As meninas bailarinas procuram apenas estrelas e sonhos entre o borbulhar da música festiva; não compreendem que assistem ao preâmbulo do ritual amoroso. Escondem o seu bulício interior sob as maçãs do rosto avermelhadas.


Segunda sevilhana

«Estaban dos amantes

dándose quejas»

A moça ergue os seus braços esguios lentamente, com o olhar baixo. Em frente dela também um rapaz coloca os braços em poses taurinas, peito aberto e cabeça erguida esperando a lide. Os sapatos de salto alto, verdes-azeitona, aproximam-se do companheiro de baile, intercalam sorrisos furtivos, apenas com olhares de soslaio. O ar cheira a flores de laranjeira, a flores húmidas como a pele da moça que esgrime o pescoço com tímida elegância.

A moça agita a saia para trocar de sítio com o seu companheiro que apenas roça no contorno da sua cintura. É forçoso olharem-se; é condição da dança reter esse implorar de olhos enquanto se cedem os espaços. Os corpos não se tocam, a intimidade é uma amêndoa dentro da casca.

Com os braços erguidos, o par persegue-se, ela meneia a anca. Equilibram proximidade e distância. Nunca se alcançam. Chegam à posição original, corpo a corpo, para aguardar o fecho da guitarra com uma volta que a coloca a ela à frente dele. O moço envolve-a com um braço na cintura e o outro ao alto, tocando-a levemente.


Terceira sevilhana

«Y se decían, que sólo con la muerte,

y se decían que sólo con la muerte se olvidarían»

A jovem mulher ergue os braços enquanto revira as mãos com lentidão, uma volta completa de dedos que se fecham e estendem oferecendo umas palmas suaves. O homem à sua frente dá cor à chamada com o peito erguido e as mãos fortes e livres, atento ao brio da investida.

Os olhares cruzam-se, aguardando o arranque. O tinir das cordas dá ritmo às voltas e reviravoltas, roçando as gemas que auguram um incêndio. Nos seus devaneios mantêm a entrega em suspenso, com os olhares dos outros expectantes.

O homem e a mulher agarram-se pela cintura para girar entrelaçados. Ele sente os odores do seu corpo embrenhado de branco e vislumbra no decote o arredondado de uns seios morenos. Imagina-os banhados de sumo de laranja, como um quadro de Júlio Romero. Os sorrisos e o disfarce preferiram a insistência nos olhares. Olham-se com arrogância e cruzam um sapateado encontrado para logo se manterem no seu espaço, aguardando o fecho da guitarra que obriga a uma paragem triunfal.


Quarta sevilhana

«Y eso no es cierto, y eso no es cierto,

porque se han olvidado y no se han muerto»

O olhar negro e profundo, o cabelo preso na nuca, um traje escuro agarrado ao corpo curtido em amores. A mulher acompanha as vozes com o batimento pausado dos dedos exprimindo a cadência do compasso. Não há companheiro de baile. Umas palmas surdas como um eco longínquo cobiçam os movimentos apenas insinuados, discretos e exactos. O olhar cruza-se no ar, fazem-se os careos com o ar dos amores fugidios e reconcilia-se com a intenção. A pasada é uma cortesia ao ritual herdado, uma forma de acrescentar humor à presença habitada de presenças despedaçadas.

Dança como nas outras noites em frente ao espelho, com um xaile vermelho atado ao corpo semi-nu. Gira ao encontro da música e as formas, as pausas e as extensões, e as vozes desgarradas no ritual de sensualidade.

É o momento do careo, o lance definitivo; os corpos deslizam de perfil, alargando um passo que alcança a figura a tempo, para perpetuar a memória do olhar. A mulher simula aproximações e afastamentos, reúne as risadas pueris com o desejo de nostalgia. Abre o peito e os braços, erguendo os seus atributos, no seu porte altivo, a sua elegância fermentada e os seus prazeres secretos.

A guitarra apela ao fecho e a mulher, com a pele salgada, aguarda a volta final, estende os braços e ergue o olhar para terminar a dança soberba e solitária!!!


Assim é o baile por sevillanas – uma dança envolvente, carismática e apaixonante, que se caracteriza especialmente pela sua graça, vivacidade, ágil dinamismo, flexibilidade e sensualidade.

Bjs


Mensagem

quinta-feira, 19 de março de 2009

Afinal, o que é ser avó/ô?

Hoje é dia do Pai, eu sei... e aqui deixo os meus parabéns a todos os pais! Mas também aos pais dos pais, os avós! Esses seres maravilhosos que, embora aparentemente endurecidos, se desfazem em manteiga na presença (ou lembrança) dos queridos netinhos.
Mas o que é isto de ser avô? ou avó? Infelizmente não tive convívio com os meus avós, pelo que não posso sequer sonhar o que é ser neto... Mas já tenho assistido a vários exemplos de pais que se tornaram avós e, na forma como convivem com os pequenos seres que têm por netos, podemos vislumbrar um sentimento comum de um amor maior do que tudo, mesmo maior do que aquele (aparentemente) tivemos enquanto filhos.
Tentei, em vão, perguntar a alguns avós o que sentiam enquanto tal... mas na hora de falar de sentimentos, parece difícil a tarefa de descrever esse mesmo amor inexplicável, ainda que em presença dele. 'É uma continuidade', 'É sangue do meu sangue', 'É algo maior que não se consegue explicar com palavras'... foram algumas das respostas dos inquiridos.
Certo é, sem dúvida, que os avós têm mais de tudo: mais sabedoria, mais tempo, e sobretudo mais paciência! Estão mentalmente mais disponíveis para ouvir, brincar, passear, sem estar a olhar para o relógio, porque têm tempo e querem ver os netos crescer. Um sorriso ou uma lágrima, que para os pais podem ser banais, para os avós são a dádiva do dia; uma gracinha, uma expressão ou mesmo uma maroteira encontram sempre eco e conforto no regaço dos avós... Porque afinal os netinhos agora são os que precisam de protecção, carinho e atenção. Os filhos cresceram, ganharam asas e, portanto, agora revêm os seus tempos de pais nos netos que lhes deram :)
A pais chegamos, a avós não sabemos, daí talvez o encanto e o prazer que daí retiramos quando finalmente lá estamos!
E como ouvi um dia cantar um certo avô: 'É tão bom ser pequenino, ter pai, ter mãe, ter avós; e ter força no destino; e ter quem goste de nós'!!!
Obrigada a todos os avós,e principalmente aos do Santiago, que lhe proporcionam tantos momentos de alegria e felicidade.
Bjs

quarta-feira, 18 de março de 2009

Saber esperar

Aqui estou eu, sentada numa 'sala de espera'... Enquanto aguardo, observo de soslaio os rostos dos que comigo partilham este momento e aguardam a sua vez.
Uns lêem, outros simplesmente olham o infinito, com a expressão impaciente de quem não sabe o que fazer para 'matar o tempo' para que este passe mais de pressa, e outros fazem o mesmo do que eu: observam...
Qualquer espera traz consigo associado o sentimento de impaciência porque, quer a saibamos breve ou prolongada, não está nas nossas mãos antecipar o seu fim. E enquanto se espera, é inevitável a sensação do tempo que não passa, do não saber como ocupar aquele pedaço de tempo em que as nossas vidas parecem ficar em suspenso (stand-by).
E afinal é tão simples... porque não aproveitar este tempo de pausa apenas para parar o pensamento, deixar a respiração fluir e simplesmente relaxar?! Mas de tão simples, é bastante complicado conseguir isto, pois a nossa mente trai-nos a cada instante e, se não estamos ocupados com algo, lá vem ela lembrar-nos deste ou daquele assunto que tenhamos pendente.
Neste meu tempo de espera aproveito para esboçar estas linhas, os meus companheiros de sala, entretanto, também arranjaram com que se entreter: um joga com o telemóvel, outra pega numa das revistas disponíveis (e desactualizadas) apenas para ler umas linhas ou ver as imagens e outra não tira os olhos daquilo que estou a fazer ;)
-Que tanto escreve ela? Pode ler-se no seu rosto a expressão da incompreensão, de quem não consegue perceber como é que alguém, assim de repente, pode escrever tanto, numa folha improvisada ao acaso.
-E sobre o quê? Para quê? São perguntas que lhe ficarão no íntimo, pelo menos até sair daqui, quando terminar esta sua espera e passar à seguinte.
E lá diz a expressão «Quem espera, desespera»! E com toda a propriedade, até porque, mesmo escrevendo, ou lendo, ou simplesmente existindo, o tempo teima em não correr (aguardo há dez minutos e parece ter estado aqui a manhã toda).
Ah! E eis que a minha espera está prestes a terminar... o silêncio é quebrado pelo ruído de uma porta que se abre ao fim do corredor e uma voz que ecoa... Mas não! A minha ansiedade tomou conta do momento... e ainda não é a minha vez!
Parece que vou continuar à espera; mas entretanto vou optar apenas por respirar e existir, deixando o pensamento fluir...
Bjs

domingo, 8 de março de 2009

Feliz Dia da Mulher



Lindas, maravilhosas, coloridas e cheirosas...
Parabéns a todas as mulheres!
Aqui fica 'Uma flor para todas as flores'
Bjs

quinta-feira, 5 de março de 2009

Santiago, meu amor

Um aninho, 6 dentes e muita maroteira, já a correr por todo o lado...
Este é o Santiago e as imagens de alguns momentos felizes.



Perguntas porque nunca escrevo para ti...
porque não há palavras para esboçar o rosto de um sentir, o agradecimento de uma vida gerada com tanto amor e carinho, de momentos vividos, com sorrisos e lágrimas, de esperanças infinitas num amanhã risonho e recordações mágicas, desde tempos tunisinos ;)
Para ti não guardo palavras... guardo um olhar, um beijo doce e o calor de um abraço (agora a três, já que o nosso menino não permite outra coisa) apertadinho, de manhã, ao despertar (para sempre, e em especial neste dia do Pai que se avizinha).
Bjs

terça-feira, 3 de março de 2009

A roda gigante... alegoria da vida?!

É difícil encontrar uma roda gigante e não ter vontade de subir, apreciar a paisagem, experimentar a emoção da altura, sentindo o vento roçar o rosto, de olhos fechados e pensamento preso no infinito, vislumbrando em baixo a multidão que passa, minúscula, imersos no silêncio do espaço que nos abraça, desafiando as tonturas e gozando o prazer de não saber o momento em que a roda vai parar e que perspectiva nos dará de cada nova paisagem. A cada paragem, uma nova vista, e quanto mais alto estamos, mais abrangente ela é.
É inevitável que o sentimento de impotência nos invada, verdade seja dita, pois o comando da roda não está na nossa mão, vamos parar de tempos a tempos, sempre que haja alguém para subir ou porque quem a maneja assim o deseja, e a viagem vai terminar a qualquer momento, quer queiramos, quer não.
Temos sempre a possibilidade de comprar outro bilhete, voltar a subir, é claro, mas certamente a sensação não será a mesma, até porque falta o sabor do imprevisto e do desconhecido...
Fechemos os olhos por momentos; imaginemos que estamos numa roda gigante e façamos uma retrospectiva rápida da nossa existência até então... mas desta vez assumimos o controlo da 'roda' e damo-nos a ocasião de olhar para os diversos momentos, da altura que bem entendermos, e simplesmente desfrutamos a sensação... Conseguimos de facto observar coisas diferentes, à medida que a roda avança? Não se torna tudo mais pequeno, longínquo, conforme nos distanciamos das coisas? E que fácil se torna passear pelo turbilhão das nossas emoções, se pudermos olhar para elas de diferentes maneiras!
Talvez possamos utilizar esta alegoria de cada vez que nos surja uma nova etapa na vida, e se tentarmos subir na roda e ver as coisas de outra perspectiva, talvez isso ajude na nossa compreensão e mesmo para qualquer tomada de decisão... Mas aí é possível que sejamos invadidos pelo medo das alturas...
Vai uma vooltinha?! ;)
bjs

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Conhecem a lenda de S. Valentim?

A 14 de Fevereiro celebra-se o amor...

Reza a História que, no séc. III da Era Cristã, o Imperador Cláudio II, com o objectivo de constituir um exército grande e forte, proibiu a celebração de casamentos de jovens do sexo masculino, pois considerava que os melhores soldados eram os solteiros (acreditava que os casados não se predispunham a abandonar as respectivas mulheres e família para partirem para a guerra). Contudo, Valentim, um padre que viveu em Roma, continuou a celebrar casamentos de jovens, dado julgar tal medida injusta. Quando Cláudio tomou conhecimento de tal atitude, ordenou a prisão, tortura e decapitação deste padre, a 14 de Fevereiro.
Segundo a lenda, enquanto o padre aguardava a morte, ter-se-á apaixonado pela filha do carcereiro que o visitava regularmente na prisão e a quem escreveu um bilhete que estará na origem da tradição actual, assinando “do teu Valentim”.

O Dia dos Namorados passou então a comemorar-se no dia 14 de Fevereiro - Dia de S. Valentim - período dedicado às paixões e ao romance.
Há quem o celebre e quem o ignore, com o dizer que 'o amor deve celebrar-se todos os dias e não numa data imposta pela sociedade'; certo, sem dúvida, mas a data impôs-se, talvez, porque poucos são os que seguem essa premissa tão verdadeira...
Digam o que disserem, S. Valentim é um dia bonito, uma oportunidade para se dizer ao outro o quanto se ama, um pretexto para dar um passeio ou fazer algo diferente. Digam lá que não é ternurenta a atmosfera romântica que se vive nesse dia, em restaurantes, parques, e até na rua, onde se vêem casais de mãos dadas, flores por todo o lado e corações que adornam as ruas?! Ridículo? Talvez. Mas ridículas são todas as manifestações de amor, e até as cartas, como dizia o outro ;)
Claro que o comércio aproveita a 'deixa' e tenta a todo o custo apelar aos corações mais românticos, com sugestões para todas as bolsas, mas mesmo para quem não possa ou não queira ceder aos caprichos consumistas, fica a lembrança de que o amor anda no ar e hoje é a data para o celebrar!
bjs

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Fevereiro, mês de Fevereiro

Fevereiro é o mês dos gatos, das celebrações do sagrado (o amor) e do profano (o Carnaval), e também de muitos aniversários...
Quase se pode dizer que Fevereiro é o mês dos irmãos, pois fazem anos três (a Paula, o Paulo e o Helder), entre tantos outros que certamente desconheço e serão irmãos/irmãs de alguém.
Por isso, hoje escolhi um aniversariante... vou falar-vos do meu irmão - menino entre meninas, o irmão 'mais velho', o modelo a seguir, o estudioso, o 'certinho' da família (sim, que eu sempre fui mais 'desmiolada') e o preferido do papá (porque era o único rapaz, e ainda o mais parecido com ele, como é comum à maioria dos meninos).
Claro, como mais nova, sempre o admirei, mas nem sempre segui as suas passadas nem os seus conselhos (até porque sabia que, no final, ele estaria lá para me 'safar' fosse do que fosse).
Fui a sua 'carraça' durante anos, na mesma escola, qual sombra que não lhe dava sossego! nem quando começou a ficar espigadote e a desabrochar para os primeiros amores... enfim, ele lá tentava 'chutar-me' com a maior das paciências, mas nem sempre conseguia ;)
Aturou a fase do breakdance, do Snoopy, do vanguardismo, do mini cor-de-rosa... encobria-me nas chegadas tarde a casa, e era o primeiro a repreender-me pelas poucas horas de estudo e as notas no limiar do positivo.
Depois houve alguns desencontros (normais em todas as vidas) e o reencontro - quando o achava longe, afastado, afinal ele estava lá, onde sempre esteve, a meu lado, no meu coração, cumprindo o seu papel de irmão mais velho - o modelo!
Também tivemos as nossas desavenças, é óbvio, mas que interessa isso, se neste mês se celebra o amor?! ;)
Hoje continuo a admirá-lo pelo que é, pela pessoa em que se tornou, pela luta e perseverança em ser aquilo que almeja.
Irmãos.... há os que se odeiam, os que se amam, os que se dão como cão e gato e os que são unha com carne, mas desculpem... irmãos são sempre irmãos, seja com que atributos forem, e os nossos (tal como as mães) serão sempre os melhores do mundo (até porque foram aqueles que nos foram dados para cuidar e estimar).
Actualmente estamos afastados outra vez, mas agora no espaço físico, pela distância que se impõe - mas talvez mais juntos que nunca!
Sigo atentamente os seus passos, revendo-me neles também, com orgulho, sonhando para ele o mesmo que para mim: o melhor possível.
E que para sempre continue assim: o meu 'irmão mais velho', com direito a abraços de felicitações e alguns puxões de orelhas... afinal, é esse o seu papel, não?!
O longe faz-se perto quando nos reunimos no mesmo sentimento :)
Espero que ele goste deste meu presente de aniversário antecipado, e que o dia 21 seja radioso de alegria, com saúde e paz, junto dos que ama...

Bjs

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Porquê que tudo muda?

Lançaram-me o repto há tempos para escrever sobre o tema 'Porquê que tudo muda?', mas o texto nunca saía... não por falta de interesse, mas pelos muitos caminhos a que leva um tema tão abrangente.
Depois de alguma reflexão, concluí que afinal nada muda! O que muda é tão-só a nossa perspectiva perante alguém ou alguma circunstância. Por exemplo, uma música, em determinado momento da nossa vida, pode dizer-nos muita coisa, fazer-nos rir ou chorar, mas passado algum tempo pode não nos dizer rigorosamente nada, ou mesmo o contrário... Então, foi a música que mudou? Não. Apenas mudou o nosso sentimento em relação a ela, condicionado pelo factor ambiental e temporal.
E é assim para quase tudo na vida; nós mudamos a cada minuto, ou semana, ou mês, a forma como vemos as coisas e é essa postura que nos leva a tantas coisas mais.
Pessoas que passam na nossa vida, em determinado momento assumem papel de grande relevância, mas depois não nos são praticamente nada; assim como outras que nada eram e, de repente (parece) passam a fazer parte do nosso quotidiano.
Também coisas a que demos suma importância, hoje não nos servem para nada e não acrescentam coisa alguma à nossa existência.
Mas com isto não quero dizer que devemos deixar de dar importância às coisas, situações ou pessoas que passam na nossa vida, em determinado momento. Nada disso! A questão é exactamente essa: há que viver o momento, sem o condicionar ao ontem e ao amanhã!!!
Coisas não passam de coisas, pessoas entram e saem da nossa vida e circunstâncias alteram-se num piscar de olhos.
A sabedoria está, então, em sabermos aproveitar o 'fugaz' que se cruza connosco...
Mas nesta simplicidade aparente reside a grande dificuldade!
Bjs

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Sonido Negro

Cinco homens para uma mulher

Sentada no teatro, aguardo com ansiedade os minutos que antecedem o início do espectáculo, adivinhando no rosto dos que ali se encontram a expectativa do que está para acontecer.
Finalmente baixam as luzes, faz-se silêncio na sala, sobe o pano e ouvem-se os primeiros acordes, num jogo inusitado de contrastes entre luz e sombra que dá início ao espectáculo.
Acompanha o som da guitarra a imagem de uma mão reflectida na boca de cena, em tamanho gigante, que se mexe e remexe, fazendo adivinhar o ressurgimento da bailarina.
Decorre assim a primeira parte, numa mistura de simplicidade e extravagência pela originalidade do trabalho apresentado.
A bailarina, só uma, esguia e franzina, de ar doce e frágil, baila num misto de grandeza e humildade, sem pinturas nem adornos, cabelo solto, ondulante... meneia-se como o vento, sapateia a 'compás', numa leveza que apaixona, acompanhada por cinco músicos (ciganitos, pois então) que seguem fielmente as suas indicações acentuadas pelo olhar tímido e audaz, e acorrem aos seus caprichosos improvisos, repetindo sequências que certamente não estavam no programa...
De grande simplicidade, mas original, este espectáculo vale pelo todo, por ela, pela música, pelas sensações que nos transmite, pelos locais para onde nos transporta e, sem dúvida, por nos mostrar que para se ser 'grande' não é preciso grande coisa ;)

bjs

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Saudades de ti, Sevilha

Há quem tenha saudades de tudo, e quem não tenha saudades de nada; não posso dizer que seja uma pessoa demasiado saudosista, mas momentos há que me lembro do que me faz sentir bem...
Tenho viajado por muito sítio, passeado por locais inusitados, todos especiais e belos por excelência, mas nenhum ainda encontrei que me faça 'sentir em casa', como em Sevilha.
Diz a canção: 'Sevilla tiene un color especial' e com toda a razão; mas não só a cor é especial em Sevilha: também os cheiros, os recantos, as sensações, o clima, as gentes, sobretudo as gentes.
Saudades da cidade que me faz companhia mesmo estando só, saudades de passear pelos bairros antigos, sob o calor tórrido do Verão ou o frio gélido do Inverno, mirando o azul cobalto das paredes, ouvindo um 'hola, qué tal?' por todo o lado, saudades do cheirinho a flores de laranjeira na Primavera.
E na Primavera Sevilha enche-se ainda mais de cor e música, com milhares de vestidos às bolas adornando a cidade, banhada pelo seu Guadalquivir que corre ao som de sevilhanas...
Saudades também das noites de Sevilha vividas sem tempo nem pressas, do regressar com a aurora, do tempo passado nos passeios a conversar ou nos bares a bailar. Sim, porque ali o tempo dá para tudo, a noite parece não ter fim e o cansaço é vencido pelo eterno prazer de apenas viver.
De momentos se vive, de momentos se sente a falta. Fui feliz em Sevilha! E sou sempre feliz quando lá estou...
Passo a fronteira e um sorriso aflora o meu rosto, naturalmente!
Como não ter saudades de um local assim, simpático por natureza, quente e harmonioso?!
Sevilha dos cavalos, dos tintos de verano e das tapas, das lojas sem fim e da gente bonita e salerosa tem muito para contar e encantar. Há locais para todos os gostos, desde os mais campestres aos mais cosmopolitas, mas não há como 'vivenciar...' e só quem nunca lá esteve não será capaz de entender.
Outros há, talvez, que já lá tenham estado e que nada tenham sentido... mas aí reside o segredo da cidade que me envolve... só a sente a sua gente!
bjs


segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Em tempo de fim de ano

Por tradição, o fim de ano encarna em si um desejo de concretização e esperança num novo ano que se adivinha repleto de novidades e perspectivas.
Ao som das 12 badaladas comem-se 12 passas, cada uma correspondendo a um desejo para cada um dos meses do novo ano... de preferência em cima de uma cadeira, com uma nota na mão (sim, porque convém que o ano traga algum dinheiro na carteira ;), escondendo no íntimo a bela da cuequinha azul.... tudo regado com um belo champagne, 'comme il faut'. Parece simples, não?!
Mas o fim do ano apela também à reflexão, ao olhar para trás, relembrando os desejos incumpridos do ano anterior e fazendo um balanço daquilo que se fez ou deixou de fazer, sempre sonhando o ano vindouro como a possibilidade da realização plena.
Há quem passe o fim de ano em festa, entre amigos e/ou família, com glamour, pompa e circunstância; outros há que o passam sozinhos, tristes, sem nada para comer, ou doentes numa cama de hospital...
E então, o ano novo significa o mesmo para todos? será a meia noite um 'marco' universal? Olhando as estrelas, terão os sonhos os mesmos significados?
Não sei o que foram os vossos desejos ou como foram os vossos festejos. Às 12 badaladas, sei que o meu pensamento foi para aqueles que nada têm, almejando que algo consigam num ano que se avizinha novo, mas difícil.
Guardo a esperança, é certo, que 2009 nos sorria a todos, enchendo-nos a alma de bons pensamentos e acções, com saúde, alegria e muita paz, e com algum dinheiro no bolso, 'para trocos'....
Feliz Ano Novo!!!
bjs