quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Farto de tudo?!

Já alguma vez teve a sensação de estar 'farto de tudo'? Pois bem, saiba que isso é normal!
Li em artigo recente que esta sensação é normal e pode até ocorrer sazonalmente (e com mais frequência, nas mudanças de estação, tal como a Outono).
Se nunca sentiu essa sensação, eu explico-lhe como é, para ter uma ideia: não encontra o mínimo interesse em tudo o que tem para fazer, não consegue achar piada a nada, o futuro parece-lhe longínquo e cinzento, não se mexe porque não tem vontade de o fazer, custa-lhe até a respirar e quase não tolera que outros respirem à sua volta, tem dificuldades em dormir, entre outros 'sintomas'... Em suma, sente-se 'desajustado' e sem rumo, algo semelhante a uma depressão, sem o ser.
Coragem, isso vai passar! Mas cabe-lhe apenas a si ultrapassar esse momento. Se espera sentado que algo do exterior aconteça, ou que alguém o surpreenda com algo de bom para pôr termo ao seu mal-estar, désolée! (como se diz por aqui), pois nada nem ninguém vai fazer algo para o tirar daí (pode acontecer, mas é uma chance num milhão...).
Portanto, o melhor a fazer quando se sentir 'farto de tudo' é mesmo empreender uma acção, arregaçar as mangas e fazer algo de que gosta, que o faça sentir-se melhor, até que o ânimo volte. E vai voltar!
Seja seu amigo, cuide-se, mime-se e faça algo de verdadeiramente EXTRAORDINÁRIO por si, porque se não fizer, mais ninguém o fará...
Bjs

sábado, 22 de agosto de 2009

A vida é um Circo

Pois, sim, mas nem todos podem ser os trapezistas... ouvi no outro dia no autocarro, em conversa animada entre duas senhoras...
Aproveitei o resto do trajecto e reflecti naquelas palavras que, afinal, fazem todo o sentido; a vida é realmente um grande circo em que todos participamos, quer queiramos, quer não.
Os papéis são atribuídos arbitrariamente e nem todos podem ser os trapezistas, ter o número principal, o mais brilhante ou arrojado. Também tem de haver lugar para os vendedores de pipocas, os que trabalham atrás de cena, os que cuidam os animais e os famosos palhaços!
O circo não se faz sem nada destas pessoas; o que seria do trapezista se não houvesse lá alguém que lhe tivesse montado os baloiços e as redes com toda a segurança? É um número bonito, sem dúvida, mas será o mais importante? Saem de cena, triunfantes, e regressam ao camarim com o sentido do dever cumprido, cansados, esperando o dia de amanhã para mais um treino, pois apenas assim serão cada vez mais e mais perfeitos.
E os palhaços... são eles a alegria das crianças! Valha o esforço: riem quando muitas vezes querem é chorar e choram quando têm vontade de rir. Abraçam o grande e o pequeno, fazem de ricos e de pobres, sempre com grande disposição e disponibilidade para fazer os outros rir. E por dentro, com que vontade? Não serão então os palhaços os mais importantes do circo? Não seremos todos palhaços nesta vida? Quem já não chorou com vontade de rir ou vice-versa? Quantas vezes fazemos algo de alma e coração apenas para ver os outros 'sorrir'? E a maior parte das vezes, senão quase sempre, resulta num esforço inglório, que ninguém reconhece... porque o palhaço pobre será sempre o pobre, e o rico, o rico, mas nenhum deles é a atracção principal nem nunca será.
As luzes de cena abrem-se para outros números mais chamativos, cujos protagonistas exibem trajes vistosos e no final, sempre, um 'ahahaahaha' de espanto, perante mil olhos surpreendidos pelo que acabam de ver.
E os palhaços vão e vêm, saem e entram mil vezes, se preciso for, arrancam umas gargalhadas aqui e acolá, mas depois recolhem-se ao camarim, retiram a maquilhagem, o falso sorriso que desenharam no rosto e voltam a ser gente comum, com as suas alegrias e tristezas, donos do seu percurso (ou talvez não) e, tantas vezes, solitários, sem o sorriso de alguém que lhes abrilhante a vida e lhes retribua a gargalhada.
Mas a tenda está montada, o espectáculo tem de continuar, e há mil e um afazeres que esperam colaboradores: o que escolheria.... palhaço ou trapezista?
Bjs

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Da folia dos carroceis ao fogo-de-artifício

São assim as festas de Genève...
Durante o mês de Agosto, por alguns dias, Genève enche-se de folia, de estrangeiros (mais dos que habitual, e sobretudo árabes) para 'curtirem' a época das festas.
Alguns dias antes, anunciam-se as 'pré-festas', onde se adivinha já alguma animação extra pelas ruas, a montagem da roda e o aparato de gente que trabalha para montar tudo a tempo das famosas festas.
Durante 10 dias, a cidade enche-se de alegria, música do entardecer à noite, luzes brilhantes, tasquinhas e os carroceis que fazem as delícias da pequenada.
Desta feita foram dedicadas ao Sultanato de Omam, e por isso apareceram também as danças orientais, as vendas de incenso e indumentárias a preceito.
Quem por aqui vive, certamente, não vai de férias nesta altura (pois é o único momento em que se passa realmente algo na cidade, ainda que seja mesmo 'quase nada'). Quanto mais não seja, o ambiente é diferente (e se o tempo ajudar, como foi o caso) proporciona umas escapadelas nocturnas bem agradáveis.
Ponto alto das festas é, sem dúvida, o fogo-de-artifício! Espectáculo musical e pirotécnico por excelência (com o fogo comprado no nosso Portugal, que é o melhor do mundo na matéria); a meu ver, sem grande excelência, mas brilhante e agradável. Claro que a envolvência do espectáculo pode influenciar e torná-lo no melhor espectáculo do mundo (e foi mesmo isso que me aconteceu!!!).
Imagine-se um dos melhores hotéis de Genève (ou, pelo menos, mais famoso) e a vista sobre o lago - e o fogo - que proporciona a situação geográfica do seu tecto... Quem diria: eu vi mesmo o fogo no tecto do Beau Rivage, longe da multidão, algo isolada, é certo, mas agradavelmente surpreendida pelo bom acolhimento (foi uma noite regada a champagne, com saborosos macarrons e verrines condizentes, e mesmo umas pantufinhas para proporcionar um calcar mais macio num piso que se adivinhava demasiado irregular para os tacões de 6 cms que se impunham para a ocasião).
A companhia foi agradável, mas faltou a tua... Não se pode ter tudo, não senhor, mas valeu pela experiência, pela vista e por ter chegado tão alto ;) sem mesmo contar. E também aí reside o belo da vida: o imprevisto e o incontornável!!!
Fica o registo de breves segundos, para os mais curiosos:
Bjs

sábado, 1 de agosto de 2009

Como um barco que navega em alto mar

É tudo uma questão de navegação, diria....
Por vezes o mar está agitado, outras uma calmaria, mas é inolvidável a sua cor turquesa e a agitação das águas, que termina sempre na espuma branca que abraça a costa quando ambos se encontram num abraço prolongado em qualquer praia.
Um barco dá à costa, não se avistam tripulantes. Sentada na areia observo a sua movimentação e indago-me como veio ali parar; os raios de sol reflectem o brilho do casco do navio e não consigo vislumbrar o seu nome, com as letras gastas já pelo tempo.
No silêncio do fim de tarde mastigo um não sei quê de nostalgia com a paisagem daquele barco que paira sob as ondas, deixando transparecer o vulto do rebordo, como que apelando ao convite da visita; hesito, mas a vontade é mais do que muita e lá tomo a iniciativa.
Acerco-me do barco, a água está tépida, mas começa a agitar-se, como que levando o 'meu barco' para mais longe; enfim, eu já o tinha adoptado como meu (até porque não estava ali mais ninguém e o barco parecia mesmo abandonado)....
Mas a natureza surpreende-nos e parece que quando tomamos a iniciativa de algo, concorre para nos ajudar a atingir o nosso objectivo; e aquele barco que parecia inatingível, com o agitar das águas, afinal acabou por ir e vir, ficando mesmo ao meu alcance :)
Estava contente. Parecia inatingível, mas assim que dei o primeiro passo, mesmo com a dificuldade da maré, ele acabou por ficar ali mesmo ao meu lado, disponível para uma visita.
A emoção é mais do que muita, o coração bate a um ritmo descompassado. Olho ao redor e a praia está deserta; o silêncio envolve o clima de ondas de ternura, com o odor do mar a abrilhantar o quadro.
Faço um gesto para alcançar a proa, ergo-me o mais que posso e num instante estou lá em cima, apodero-me do leme e vou velejando por ali, qual timoneiro, rumo ao horizonte, naquele barco desconhecido, de ninguém...
Toda a iniciativa começa com um primeiro passo; ainda hoje poderia estar naquela praia, sentada na areia, sem saber os segredos que continha aquele barco. Mas não, aqui estou eu, observando ao longe aquela praia tranquila, agora do lado de lá, e nunca mais serei a mesma!
Nunca é fácil tomar a iniciativa, por vezes até é o caminho mais complicado, mas sempre, isso é certo, se não a tomarmos, poderemos nunca saber o que está mais além ;)
Já agora, para quem não é de tomar iniciativas, talvez valha a pena pensar nisto!
Bjs