domingo, 29 de novembro de 2009

A dificuldade do ponto final...

Uma das coisas boas da escrita é que, indiscutivelmente, pode parabolizar tudo e mais alguma coisa.
Esta vez a 'minha' reflexão recai sobre o ponto final (.)
Para quem escreve regularmente não é difícil perceber o quão difícil é utilizar o ponto final, e ainda mais o ponto final, parágrafo. É o fim de algo, para se iniciar outro tema, ou até voltar atrás na catarse da história. Mas, esse ponto significa sempre uma mudança, seja em que direcção for, e por isso mesmo, é uma decisão difícil de tomar, e um sinal de pontuação carismático.
Pessoalmente não costumo ter dúvidas nas vírgulas, no ponto e vírgula, dois pontos, (adoro as reticências, que deixam ao imaginário de cada um o que cada pontinho pode conter...); mas o ponto, o final, meus amigos, esse é difícil mesmo. Para mim parece sempre que algo chegou ao fim, e ainda com tanto por dizer; depois é a sequência que não se enquadra e o fio da meada por vezes torna-se difícil de retomar.
Se olharmos para a vida, em geral, também é assim: é duro colocar um ponto final, seja em que situação for; ou porque não se quer, ou porque não se está preparado ou porque implica o sofrimento de alguém... é difícil, significa respirar e passar adiante! ou seja, terminar um ciclo e começar outro; uma viragem, mesmo que não seja para outra 'margem'.
Para mim chegou agora o momento desse ponto final, em assunto tão banal que talvez até valesse a pena apostar num ponto e vírgula ou em reticências. Mas não, a opção é mesmo o 'ponto final parágrafo'!!!
A ideia é iniciar um outro ciclo, quebrar as amarras do passado, numa tentativa desumana de esquecer o que tanto me deu e enriqueceu. Não me posso queixar: os meus sonhos de menina cumpriram-se todos: fui bailarina, hospedeira de bordo, professora, entre outras actividades que tanto prazer me deram; até fui noiva, com direito a anel, vestido comprido e tudo o mais, tive um cão, o melhor cão do mundo (que era o meu e tantas saudades me deixa), a minha casinha (finalmente) em Lisboa, viajei por tantos lugares e fui a Sevilha vezes sem conta... O desfecho de tudo isto pouco importa, pois o que fica sempre é a sensação de que 'eu passei por lá' :)
Fui menina e moça, agora sou mãe, cumprindo o maior sonho e bênção de todo o sempre, com tudo o que isso implica e significa.
O que serei, o que farei daqui em diante logo se verá... aprende-se com a idade, e talvez até melhor com a maternidade, de que os planos não se vão fazendo, mas vivendo. As aventuras continuam a ser muitas, as surpresas outras tantas, as venturas e desventuras sucedem-se umas após outras, mas a compensação está sempre lá: aquele amor que não tem medida nem porquês e se revê num sorriso inocente!!!
Estão a ver o que acontece quando se usa o ponto parágrafo? Acabei por viajar por outras ideias que nem tinha intenção de abordar. E, afinal, o ponto final? Em quê? Deixem lá isso, que pouco importa, e faz parte de uma pequena parte do que fui. Muitos saberão do que falo, outros nem por isso; mas não faz mal, pois é assim mesmo que deve ser: deixar-vos apenas a sensação: o amargo de boca que deixa, o salgado sabor de uma lágrima e a esperança de que o virar de página que me aguarda do outro lado traga a devida compensação ou, pelo menos, a paz :)
Se assim não for, então é porque não é suposto ser assim, e então haverá lugar à resignação - essa palavrinha tão cheia de significado.
Tenho dito. (ponto final, mesmo)
Bjos

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

As funções da escrita

A escrita, por si só, não é nada, se não vier encarregada de uma missão: fazer rir, chorar, criar sentimentos de angústia, surpresa, suspense, raiva... são artes e artimanhas que prendem o leitor à escrita e o escritor ainda mais à sua vontade de escrever.
Há quem se reveja em determinados textos, há que se identifique, quem se glorifique e, inclusive, quem se irrite; mas aí reside o deleite do escritor - saber que as suas palavras suscitam emoções, ainda que, em grande maioria, refreadas e desconhecidas.
Neste blog, como em qualquer outro, imagino, o próprio autor pode escrever sobre aquilo que lhe apetecer, sobre quem quiser, utilizando a sua liberdade de escrita, embora tentando não ferir ou nomear seja quem for (pelo menos não é esse o meu propósito).
Mas também como em qualquer blog, existe uma secção de 'comentários' para ser usada (e ninguém pode dizer que alguma vez comentou e o autor não autorizou a sua publicação). É isso que dá vida a um blog, e à escrita, são as opiniões, os acordos e os desacordos, as alegrias e até as lágrimas que se arrancam dos corações mais endurecidos.
O meu recente texto sobre o futebol, por exemplo, motivou algumas reacções, é certo, mas ninguém ousou comentar! é pena, pois poderia ser a forma de me fazerem entender ou demover da minha posição 'extremista, de ódio, mesmo' (pelo menos na interpretação da minha amiga Carine) pelo futebol.
Usem e abusem dos comentários, até porque gosto de sentir o retorno das minhas singelas palavras ;)
Eu vou continuar a escrever, gostem ou não, sobre os temas que me apetecer, em dias sim, em dias não, sempre com a lágrima no canto do olho, o sorriso nos lábios e a saudade no coração, conforme os dias, as horas, ou a motivação...
Bjs

Noblesse oblige :)

Nem só de tristezas ou temas angustiosos vive este blog; também aqui se faz a apologia da beleza, da saudade, dos amigos, das alegrias, de sítios lindos para conhecer, etc.
E como o título diz: 'noblesse oblige'... e obriga mesmo a um agradecimento pela surpresa que me proporcionaram o meu irmão, a minha cunhada, as alunas e as amigas que lá estiveram. É verdade, foi a minha primeira vez, e como qualquer 'primeira vez' que se preze, teve um sabor especial. Claro, contou com o factor distância, com a insuspeição e a discrição de quem sabia do 'arranjinho': estive em Lisboa há poucos dias, e por muito poucos dias; o tempo nunca é suficiente para se fazer tudo o que se gostaria, ver todas as pessoas que se faria questão de ver ou mesmo para um passeio solitário ou um programa a 'dois'; deixei de fazer planos, há muito, para estas visitas relâmpago, pois acabava sempre com o sabor amargo da insatisfação de não conseguir cumprir tudo e da desilusão daquilo que nem sequer se poderia vir a fazer. Por isso, quando não se fazem planos, o que surgir é lucro, mas lucro mesmo!
Alguma vez iria imaginar que aquele jantar só para nós, família, iria reunir um tão simpático grupo de amigos/as que, obviamente, estava longe de encontrar (pelo menos desta vez)?! A noite foi agradável, a companhia excelente, o repasto de comer e chorar por mais, Santiago radiante da vida e até o kikinho deu um arzinho de sua graça ;) Que mais se poderia desejar?! Uma noite feliz e para sempre recordar. Como é bom sermos surpreendidos... Agora já posso dizer que as festas surpresa não acontecem só nos filmes! No filme da minha vida, a surpresa aconteceu e, podem crer, valeu, valeu, valeu!!! :)
Obrigada a quem esteve presente, a quem organizou e a quem foi 'cúmplice', que permitiu estampar na minha alma uma bonita recordação e no meu coração um sorriso de felicidade.
Bem hajam.
Bjs

sábado, 14 de novembro de 2009

Qual Joaquim Cortés ;)

Muito se fala da influência que sofrem os bebés enquanto na barriga das suas mães... aquilo que sentem, pensam, o que fazem ou dizem, mesmo os sonhos ou ambições; cada vez mais são mais as pessoas que dizem ser positivo ouvir muita música clássica, pois tranquiliza o bebé e dá-lhe referências posteriores para 'educar o ouvido'.
Pois eu cá, na minha gravidez, fiz de tudo um pouco, ouvi música de todos os géneros e dancei que me fartei, durante longas horas, em aulas, espectáculos, festas, fora de horas mesmo.
Lá tranquilo ele não nasceu, não senhor, e continua bem agitado... mas adora tudo o quanto é música, ritmo; aproveita tampas de panelas ou caixinhas para extrair sons e delira com música espanhola (sabe-se lá porquê ;). Adora ver-nos dançar e já imita alguns passos dos que vê em vídeos na tv; e agora que começa a dizer as primeiras palavras, já começa a entoar melodias, como se quisesse cantar.
É engraçado, mas curioso, ao mesmo tempo, pensar o que leva um ser tão pequenino a evidenciar as suas preferências musicais desde tão cedo e, por outro lado, leva-nos a certezas de que, de facto, ainda na barriga de suas mães, os bebés são mesmo influenciados (para o bem e para o mal).
Seja como for, o nosso Santiago é a alegria da casa e dança até não poder mais, enchendo de orgulho os pais babados e os demais que têm o prazer de assistir...
Vá lá, para não dizerem que guardo tudo para mim, aqui fica a partilha, com todos vós, do último registo do 'bailaor Santiago' :)
Bjs