quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Paizinho que estás no céu...

A propósito do texto da 'Sonhadora' sobre a distância, ocorreu-me escrever sobre a morte - expoente máximo da distância que nos separa (ainda que de forma apenas física) de alguém que nos era querido e partiu.
Ninguém gosta de falar da morte, pois ela encerra em si tantos receios, incertezas e o doloroso desgosto da ausência, fruto da imensa saudade que teima em não sarar.
Mas o tempo passa, suaviza os sentimentos, mas não traz de volta a presença física, deixando-nos a lembrança ténue de um rosto e de bons momentos partilhados.
Aos poucos vão desvanecendo as mágoas, os ressentimentos lembrados de algo menos bom, e ficam apenas as doces recordações de alguém que teima em desaparecer.
Mas a vida é mesmo assim, e a morte faz parte dela. E a distância entre uma e outra é tão ténue! Por isso fica tanto por viver, por dizer, por fazer...
Portanto, este texto hoje é para ti, paizinho que estás no Céu (porque sei que me escutas), porque sinto falta da tua presença, do teu riso fácil e das tuas soluções atabalhoadas para as minhas 'crises' (e das quais eu sempre teimava em discordar); não esqueço que eras a minha companhia, quando os outros, já grandes, pareciam esquecer que eu existia.
Zanguei-me tanto quando partiste, pois julguei teres baixado os braços perante a adversidade... hoje compreendo que apenas aceitaste serenamente a hora e peço perdão por não te ter entendido. Fizeste questão em fazer-me sentir que ias partir, e eu revoltei-me tanto com isso... mas depois entendi que me haviam dado o privilégio de te acompanhar na derradeira viagem.
Porque tudo ganha outra forma à medida que nos distanciamos de momentos / pessoas? Porque talvez seja necessária essa 'distância' para entendermos!
Hoje escrevo para dizer-te o quanto gosto de ti e o quanto me fazes falta, talvez porque quem sabe nunca to tinha dito antes... talvez por estares aí no Céu, tão longe, mas bem mais próximo de mim!
Tenho saudades dos nossos solilóquios ;)
bjs de eterna saudade

Onde estás, menina?

Procuro-te e não te encontro...
Vejo-te rodopiar com o brilho no olhar,
cabelo cor de jade,
preso em jeito de pétala de rosa, e sorriso
transbordante de felicidade.
Tu que sempre brincavas com o amanhã,
num jeito pueril de esperança e certezas,
porque não me dás a mão como sempre fazias
em horas de tristezas e melancolias?
Sinto a falta da tua magia,
da luz que espelhava teu rosto,
num papel bem estudado,
no palco, na vida, e na praia em pleno Agosto.
Encerrada num corpo de mulher,
escondes a tua essência,
lutas, sofres e vences
para que ninguém te sonhe
num trejeito de demência...
Volta! E traz contigo a felicidade,
os raios de sol, a prata da lua,
num abraço de eterna Amizade.

Bjs

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

De mão na mão

É um amor que se sente,
um calor tão ardente...
Acariciar a tua pele,
Vendo um sorriso em teu rosto,
Com um olhar suspenso,
Numa expressão de gosto.
É uma cumplicidade constante
Neste caminho partilhado,
Vendo-te tornar menino
Doce, rebelde e mimado.
É tão doce esta sensação
De sentir na minha a tua mão!

da mamã para o Santiago,
no dia de hoje.
bjs

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Ainda a propósito das línguas!

Todos conhecemos a habilidade dos Portugueses para as línguas estrangeiras, mas realmente não há como viver nos próprios países para se aprender o respectivo idioma.
Não adianta frequentar aulas e universidades, pois o dia a dia de uma língua não se aprende nos livros, mas com as vivências.
É que isto dos idiomas tem muito que se lhe diga e, ao tentarmos ser fiéis, por exemplo ao Francês, não arriscando no feeling e recorrendo ao dicionário pode trazer-nos situações hilariantes como esta: certo dia o meu 'mais que tudo' liga-me a perguntar como se dizia água oxigenada em francês; depois de muito investigar em busca da tradução mais correcta, lá chego ao palavrão - pyroxide d'hidrogène! Ora, pegando na informação dirigiu-se à farmácia e lá pediu o dito, perante o olhar extasiado da farmacêutica que lhe disse existir apenas noutra farmácia mais antiga o produto que procurava; bem, resolveu deixar para outro dia, para não ter de voltar a fazer a mesma 'figura'... entretanto, já noutro local, em conversa com um colega português, falam sobre o assunto e a senhora que estava a ouvir disse de imediato: 'vous cherchez de l'eau oxigenée'? ora bem, afinal bastava afrancesar a palavra portuguesa!!!
Outra: precisava de tetinas novas para o Santiago e como determinada marca não há em todo o lado, resolvi ligar e explicar em bom francês o que procurava: 'aquela parte do biberão que o bebé põe na boca para mamar, por onde sai o leite, etc.' (afinal não ia arriscar na palavra 'tetine' e fazer fraca figura); quando do outro lado respondem - ah, la tetine?! bolas!!! tanto esforço e era mesmo...
Portanto, agora, quando não sei alguma palavra já arrisco no homónimo afrancesado ou aportuguesado e não me tenho dado nada mal com a opção ;)
Assim, caríssimos leitores, quando visitarem algum país, já sabem: levem o dicionário, mas no bolso, e sobretudo muita descontracção e bom humor. Afinal, não é à toa que nos fazemos entender por esse mundo fora!
nuestros hermanos não poderão dizer o mesmo, não é verdade?!
bjs

'Não te rias do vizinho'....

Como eu percebo os imigrantes! ;)
Não há quem não tenha visto cenas hilariantes com imigrantes (imagine-se o cenário em pleno mês de Agosto, é claro, de férias em Portugal) falando metade português, metade francês... 'para armar', dizemos nós! Só para armar...
Mas olhem que vos digo que fácil é assimilar determinadas expressões da língua do país onde estamos e depois dificilmente encontrar um correspondente na língua materna, sem que se pareça macarrónico ou estrangeirado.
Senão veja-se: estou por aqui há meia dúzia de meses e já dou por mim a dizer que vou levar o bebé à 'mamam de jour'(leia-se, ama), na 'poussette' (carrinho de passeio), como é óbvio, e até já perguntei num local se podia pagar com a 'carte' (singelo cartão / MB), entre outras situações que não ouso sequer comentar!
ha, ha, ha
bjs

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Genève... a cidade mais segura do mundo! (deve ter sido, deve...)

Apregoa-se em todo o lado a segurança, a tranquilidade, a confiança e todos os demais atributos suíços, principalmente neste seu cantão elitista, de nome 'Genève'.
Pois então, acabo de comprovar que, afinal, é tão segura até ao dia em que deixa de o ser... afinal também existem assaltos, daqueles 'à séria', em que chegamos a casa e descobrimos a porta arrombada, com a incerteza no espírito se alguém chegou a lá entrar.
Aconteceu tudo muito rápido, numa amena e tranquila 2.ª feira, após o almoço, em plena luz do dia; tinha acabado de almoçar e fui ao supermercado; no regresso (aí uns 40 minutos depois) chego a casa e deparo-me com o 'espectáculo': parafusos no chão e fechadura arrombada...
Corro dali para fora (não fosse o ladrão ainda lá estar, não é verdade?!), chamo a polícia e o resto parecia a 'Balada de Hill Street' ao vivo: de arma em punho, os polícias entram em casa e verificam que os ladrões não conseguiram entrar.
Após observação especializada por parte dos polícias, chegam à conclusão de que o que nos safou foi a porta de entrada ser de má qualidade! Ele há males que vêm por bem...
Passado um pouco já tínhamos o serralheiro em casa, a fechadura arranjada e a informação de que situações como esta acontecem diariamente (e mais do que uma vez) em Genève. Em conversa animada com vizinhos e amigos começa-se a saber de outros casos e outras situações ainda bem piores; afinal, a tranquilidade e a segurança já eram!
Mas pronto, ficou a história para contar, e é caso para dizer «Casa assaltada, trancas à porta»! mas como uma tranca que se preze, nesta cidade pacífica, custa a módica quantia de 900 francos, a nossa portinha continuará a cumprir a sua função e nós a confiar nela, mesmo sabendo-a de má qualidade ;)
E tenho dito.
bjs

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Blogs e companhia...

Tem 6 anos e todos os sonhos de menina encerrados no desejo de finalmente possuir um 'diário'... os olhos brilham, um sorriso decora o rosto macio de Maria, ao abrir o seu presente de aniversário. Agora, sim, vai poder confidenciar todos os seus segredos (ou nem tanto), com a certeza de que ficarão bem guardados pela chave-miniatura que o acompanha...
Os anos passam e agora a moda é outra: adeus confidencialidade, exclusividade e atributos tais; agora o que interessa é escrever para o mundo inteiro ler, e de preferência comentar. Já não são precisas chaves, mas apenas 'passwords' de acesso a blogs que, afinal, não são mais do que pequenos diários virtuais.
Por isso, e após algum tempo de 'resistência', resolvi aderir à moda e, enfim, construir também o meu blog! Ena, já tenho um blog! :)
Tens algo para vender? faz um blog!
Tens um serviço para oferecer? faz um blog!
Dedicas-te a alguma actividade especial e queres divulgar? faz um blog!
Existem blogs de todas as cores e feitios, que servem os mais variados fins, mas este, não, este veio com uma missão diferente; não vem vender nada a ninguém, nem dar nada a ninguém... vem apenas cumprir a sua função de diário (sem o ser) virtual, servindo-me o propósito do prazer da escrita, quando algo se me aprouver dizer sobre determinado assunto.
Ler ou não ler?! Eis a questão. Talvez valha a pena, talvez não!
Mas vamos lá...
E comentem, se quiserem.
Bjo