terça-feira, 1 de novembro de 2011

Olá, bebé III - antes da tua chegada!






Pois aqui estamos todos à tua espera... semana 36... estás quase aí! Estivemos os três numa pequena sessão fotográfica para ficarmos com uma recordação da barriga da mamã. Um dia ao final da tarde lá fomos até ao estúdio: luzes, câmara / acção!!! Entre risos, poses e movimentos do flash, lá fomos fazendo uns 'disparates', dos quais deixamos aqui dois exemplares.

Foi giro, muito giro mesmo. O papá portou-se à altura do acontecimento e o teu mano, bem, entre a muda de roupas e o tronco nu, estava exaltante de tanta felicidade, desperto pela novidade e o inusitado da situação em que se encontrava.

O que nós não imaginávamos é que, mais um bocadinho, e já não haveria fotografias que nos valessem, pois afinal tu querias vir mais cedo... bem mais cedo...

Bjs





domingo, 28 de agosto de 2011

Fogueira das vaidades

Aqui há dias fomos jantar... local conceituado por excelência, com estrelas 'Michelin' e tudo, num lugarejo afastado do bulício da cidade: a noite estava quente, ficámos no páteo, ao jeito bem italiano, entre vinhas (só faltava o som do violino).
Pelo movimento da clientela e o tipo de relação e conversa que mantêm com os empregados, dá para perceber que são praticamente todos 'habitués' (não como nós, que fomos ali parar com um cupão de desconto tirado na internet). Mas não deixa de ser curiosos e inaudito, pois possibilitou uma viagem a um mundo que é realmente outro, diferente, muito diferente do nosso.
Começamos pelo parque automóvel... os mais belos modelos topo de gama... mas é apanágio da casa chegar e entregar a bela da chavinha para o empregado arrumar o carro...
As mesas são próximas umas das outras, por isso facilmente se escutam os solilóquios (mesmo não querendo...); entre um prato e outro, bonitos, bem decorados, e até saborosos, género 'nouvelle cuisine', diga-se (mais para ver do que para encher!) o som miudinho das vozes que nos circundam vão chegando até nós e propiciando os comentários adequados ;)
Uma mesa de cinco, seis homens, todos de meia idade, bem parecidos, sim senhor (a lembrar a máfia da bela Itália) celebra o aniversário de um deles; o empregado traz o champagne, caríssimo, diga-se (dá para imaginar apenas pelo aspecto e o rótulo dourado da garrafa); tardam em chegar, mas cada vez que um convidado se aproxima cumprem o ritual de se levantarem todos, para os cumprimentos, e o devido beija-mão ao aniversariante...
Outra mais ao lado, com duas senhoras e um senhor a roçar facilmente a terceira idade, comem sem levantar os olhos do prato, falam como se de pequeninos insectos se tratassem, que mal se ouvem; mas fazem a coisa rápido e vão logo embora, que se faz tarde...
Mesmo atrás de nós, duas donzelas (que gostariam de o ser), com vestidos de nome, mas vulgares, muito vulgares, pela combinação dos acessórios e a fazer aparecer a bela da lingerie preta sob a vestimenta eleita para agradar o sexo oposto. Sentam-se, estão sozinhas, mas ocupam uma mesa de quatro (assim estão mais à-vontade para espalhar as malas e malinhas, os casacos e as cigarreiras, mais as chaves do carro e os telemóveis); um dos empregados faz as honras da casa e acolhe as damas, com mil perguntar sobre as suas férias milionárias. Falam dos filhos com cargos de sucesso espalhados pelo mundo, das viagens acabadas de fazer entre praias paradisíacas e barcos de luxo, contentes com o seu regresso à vivenda milionária que mantêm por 'terras helvéticas'...
E assim por diante; quase esqueço a sobremesa... mas não, venha daí o belo do tiramisú e do bolo de chocolate, que a nossa vida, bem mais simple, sem lenha por onde arder neste tipo de fogueira, faz-se de pequenos prazeres como este: o da boa mesa, e da língua viperina (bem ao jeito feminino!) ;)
Bjs

Há dança no parque

Domingo, 18h00, Parque Bertrand....
O dia avizinhava-se frio e encoberto, mas o sol, teimoso, fez questão de aparecer e aquecer. Centenas de rostos felizes dirigem-se ao parque, para aproveitar a luz, que amanhã nunca se sabe... São miúdos, graúdos, de todas as cores e feitios, t-shirts multinacionais passeiam-se entre as verdejantes árvores do caminho que culmina numa espécie de piscina para a criançada.
Entre risos, bicicletas, bolas e baloiços, a brisa suave traz o som de Astor Piazzolla até mim, evocando recordações de salões de baile da antiga Argentina. Fecho os olhos por momentos e deixo-me invadir por aquela viagem de sensações, misto de curiosidade e nostalgia de outros tempos (já tinha ouvido dizer que aos Domingos à tarde o 'clube de reformados' da zona fazia encontros de dança no parque, e até acho que já tinha visto uma vez, mas agora era diferente, talvez pelo som inconfundível do tango erudito).
Deixo-me levar, não resisto, e vou até lá; espreito de mansinho e encontro um grupo de gente de todas as idades, com uma mesma motivação, rostos colados, alguns de olhos fechados, nitidamente praticantes e nada profissionais, mas com o sentir e o gozo expresso naqueles sorrisos que se esboçam; as senhoras, sem dúvida, lideram, mas deixam-se levar (se bem que muitas vezes fora do ritmo), pois no tango é mesmo assim, é o homem quem lidera. Os trajes divergem de par para par, mas os saltos altos que afinam a silhueta são uma dominante, as saias pelo joelho e os cabelos apanhados conferem a sensualidade necessária ao salão de baile improvisado.
Sorrio, parece-me bem a ideia: bailar, sim, ainda mais no parque, ao ar livre, entre mil olhos curiosos que a ninguém importam, pois entregues ao misticismo daquele tango improvisado, uns olhares por acaso até conferem mais ambiente.
Percorro de soslaio aqueles corpos que se tocam, as pernas que se entrelaçam, as mãos suadas que vagueiam pela pista improvisada e surgem-me mil ideias, e outras tantas interrogações, sobre as motivações que levam aquelas pessoas, tão singelas, a passearem as suas almas pelas notas musicais, assim, sem mais nem menos, pelo parque...
Argentina, Buenos Aires, ao som de Piazzolla ou de outro qualquer, veio até ao Parque, e foi bonito de ver, de ouvir, e certamente de sentir ;)
Bjs

domingo, 3 de julho de 2011

Olá, bebé II

Olá.... hoje escrevo a pedido da minha grande amiga Teresinha. Estivemos ao telefone um pouquinho, conversando animadamente sobre como vai esta vida de tranquilidade e a páginas tantas ela perguntou-me: 'porque não escreves no teu blog sobre essa sensação de estares sempre acompanhada?'. Pois sim, aceite o repto, aqui ficam umas linhas a propósito.
Tem estado parado o meu blog, é verdade; neste tempo algo conturbado de tantas mudanças, tantas novidades, acho que não tem sobrado tempo para dedicar ao ciberespaço.

Desculpas, desculpas, é certo, mas hoje não há escapatória.
Vamos lá: minha querida pequenina (sim, porque já sabemos que realmente és menina), hoje já estás bem mais crescidinha... com 22 semanas, já pesas cerca de 400 gramitas e tens mais ou menos 25 cms. Uma grande, diria! E que bom que é, agora que já te portas melhorzinho (espero que não tenha sido por causa das últimas ameaças), já deixas a mamã descansar um bocadinho, dormir e tudo... até já brincas comigo de manhã, e antes de adormecer tenho experimentado a brincadeira do toque e foge, e a verdade é que tu respondes na perfeição :) é fantástico sentir, ao acordar, o formigueiro nas minhas entranhas, que anuncia a nossa fomeca matinal; os saltinhos que dás de contente após um chocolatito deixam adivinhar uma gulosinha que aí vem; e à noitinha, bem antes de dormir, vens sempre dar um toquinho, em jeito de 'boa noite, mamã'.

A natureza tem destas maravilhas e, realmente, em estado de graça nunca estamos sós; mesmo sem nos vermos, carregamos no íntimo muito mais do que ânsias e perguntas - a esperança de um amanhã de reencontro, em que finalmente nos poderemos abraçar e sussurrar: 'aqui estamos nós outra vez, para mais uma vida em comum'.

Querida bebé, ainda não tens nome; o teu mano diz que sim, mas não quer contar o segredo e não ajuda em nada quando diz que te iremos chamar 'dinosaure'.... Resta ainda algum tempo, esperam-nos listas e listas de nomes, mas havemos de lá chegar: ao nome que tu escolheste!

Com jeitinho, a ideia da tua vinda começa a tomar forma, e melhor de ânimos, já começo a olhar para os 'bodys Hello Kity' e a imaginar-te nos nossos braços, rendida a um soninho descansado (sim, porque tu, minha menina, vais fazer o favor de ser calminha e nos dar uns momentos de descanso, certo?!). Acho que nunca me tinha apercebido de quantas coisas existem para te vestir... cor-de-rosa é palavra de ordem, pois claro, mas tenho de dizer-te que vais ter de vestir umas coisitas também azuis, herdadas do primogénito, que a vida não está para graças! Mas vais gostar, vais ver.

O papá també já te sentiu, e diz que vais ser a 'boneca' dos adultos; e o teu mano diz que vais dormir com ele, que tem lugar para ti na camita dele. Portanto, como vês, podes continuar aí descansadinha a desevolver-te tranquilamente, que nós aqui, deste lado, continuaremos a fazer o nosso melhor para te acolhermos como tu mereces, quando vier o dia da tua chegada.

Obrigada, meu bem, pela tua companhia, pela alegria e todo o amor que já me dás.

Vou tentar ir dando mais notícias tuas, ou nossas ;)

Bjs

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Olá, bebé!!!


13 semanas, cerca de 5 cms...
Acho que ainda não te tinha dado as boas-vindas, convenientemente.
É estranho, sabes, no início tudo começa com uma pequena tontura, algum mau-estar físico e alterações de humor que se vão acentuando com o tempo. E, um dia, finalmente, a notícia com a confirmação: sim, estás aí na barriga da mamã!
Começas gentilmente a ganhar forma, e nós consciência da tua existência e da tua vinda anunciada para o início de Novembro. Huuum, escorpião serás....
E contigo começa também o vaivém das idas ao médico, as análises de rotina, as ecografias, a mudança do corpo (e do guarda-roupa), as variações de apetite e os humores que oscilam entre a extrema alegria, a ansiedade de te conhecer e o receio do porvir.
Mas nada disso importa, desde que estejas bem aí dentro, no quentinho, ganhando forças e estrutura, enquanto nós aqui deste lado nos vamos habituando à ideia de passar de 3 a 4 e vamos planeando a tua chegada.
O teu irmãozinho está feliz, espreita pelo umbigo e fica zangado porque não te consegue ver, mas coloca o ouvido na minha barriga e diz que falas com ele (tão pequenos e já com segredinhos, não é?! sim, porque ele não conta nada); ontem disse-me apenas que és menina e que já tens nome... verdade?! A seu tempo saberemos.
Mas hoje queria apenas dizer-te que estamos muito felizes por este novo milagre nas nossas vidas e que, apesar de todo o cansaço e mau-estar que causas agora à mamã, estás perdoado (só porque ainda és pequenino, bebé; porque te esperam uns bons açoites nesse rabiosque quando fores mais crescido ;)
Até breve.
Bjs

segunda-feira, 14 de março de 2011

Assim, assim

Quando acordamos, a graça do dia é, precisamente, não sabermos como ele vai ser... Olhamos para a janela e o clima influencia, mais ou menos, a nossa abordagem ao dia que começa: se cinzento e chuvoso, lá encaramos a madrugada com mais umas roupitas e uns adereços, como quem está a postos para a 'batalha'; se mais ensoleirado e brilhante, meios descapotados, mais facilmente chamamos o sorriso ao rosto e dizemos bom-dia à Primavera que se avizinha.
Pois bem, hoje é um dia assim, assim.... para já, o clima está indefinido: o sol brilha, mas pouco, entre nuvens que anunciam a possibilidade de chuviscos; depois, é segunda-feira, e as segundas-feiras são sempre mais chatas por natureza, quanto mais não seja porque é o início da semana.
Há poucos programas às segundas-feiras, certo?! Nunca percebi porquê, mas deve ser uma das razões deste ser o dia 'mal-amado' da semana.
Chego ao trabalho, e encontro o ambiente também 'assim, assim'. Até as coisas retomarem o seu ritmo, há sempre um período de inacção, que convém contornar com bons pensamentos, do género: ainda tenho de me dar por feliz por ter um emprego, este emprego que me paga um salário!
Grande verdade, nos tempos que correm, com a questão da crise, e tudo; mas às vezes também penso que é muito chato sermos pagos para não fazer nada, ou estar na internet, ou escrever em blogs... estão a ver?! Depois de uns tempos de ócio, que até se agradecem, em que se aproveita para colocar a conversa em dia, responder a e-mails pessoais, fazer compras, etc. vem o momento em que nos questionamos: afinal, isto serve mesmo para quê? Cool, cool, era mesmo gerirmos o nosso tempo e podermos ir passear, ou para casa, quando nada houvesse para fazer. Claro, estando disponíveis ao telefone, para qualquer eventualidade.
Na próxima vez que for a uma entrevista e me perguntarem qual é o emprego ideal para mim, certamente terei de dizer: qualquer um, desde que tenha o que fazer!!!
E tanta gente que se queixa de ter demasiado que fazer, que as horas não chegam... nem 8, nem 80! Há que encontrar o meio termo. Mas quem sabe daqui a uns tempos virei aqui queixar-me do oposto, que nem sequer tenho tempo para vocês, para o blog...
Um texto assim, assim, para um dia assim, assim.
Há dias assim, não é verdade?!
Bjs

sexta-feira, 11 de março de 2011

Luigia

Tenho andado a ler um desses livros tão na moda, hoje em dia, sobre o pensamento positivo e, numa das partes, eles sugerem que se escreva sobre as coisas positivas que nos acontecem, ou simplesmente algo que nos agradou, como forma de catarse e prestar atenção às pequenas coisas que temos no aqui e agora do que aquilo que eventualmente gostaríamos de ter...
Ora, resolvi aceitar o repto e partilhar convosco uma boa 'experiência gustativa'.
Dia 1 de Março de 2011 - Luigia, de seu nome - um local encantador pelo ambiente e viagem de sabores que nos proporciona. Logo a começar, o prazer de viver algo inesperado e fora do programa :) um convite para jantar fora, assim no meio da semana, capaz de arruinar qualquer rotina (pre)estabelicida quanto a horários de comer, dormir, etc. obrigatórios quando há gente pequena em nosso lar, parecia-me bizarro... mas 'porque não?! Completamente às escuras, sem saber onde ia ou o que iria encontrar (tinha já o gostinho da curiosidade a palpitar no coração e a aguçar o apetite para o repasto).
Pertinho de nós, dez minutos de caminho entre as risadas, o autocarro e as corridas do nosso cavaleiro, lá chegamos. A porta abre-se e vislumbra-se o local: um espaço grande, aberto, como que um armazém cheio de mesas altas, intercaladas com as convencionais; ambiente um pouco inusitado, com a Minnie em tamanho gigante, iluminada, a assinalar o cantinho dos pequenotes. Ainda é cedo, temos sorte de ter uma mesa, sim, porque depressa se percebe que é o local da moda (e ainda por cima não reservam, tal é a afluência); voluntariosos, trazem logo a cadeirinha e acolhem a criança com um sorriso (o que nem sempre acontece por aqui, já que as crianças não costumam frequentar espaços nocturnos).
Mas ali estamos em ambiente latino: todo o mundo fala italiano e o ambiente é, no geral, descontraído, apelando à convialidade. O grande forno de lenha e a presença dos cozinheiros criam o pano de fundo da sala e conferem-lhe um ar familiar.
A ementa, genial: Sfizzi friti para começar - simples tirinhas de pão e carne seca, acompanhadas de azeitonas gordas. Depois, bem, Luigia - um regalo para os sentidos! para já, para já, o aspecto não convencional daquela pizza (cinco pétalas, como se de rosas se tratasse), com o seu aroma trufado, e o gosto exquisito do ingrediente principal, tornam a experiência memorável e digna de partilha.
Envolvida pela companhia, agradavelmente surpreendida pelo ambiente e com as papilas gustativas exfusiantes, apela-se a todos os sentidos, para 'mais tarde recordar'. A repetir, sem dúvida, porque não?!

Voltando ao livro que motivou este pequeno relato, acho que cumpri bem a tarefa: descrever o mais detalhadamente possível o deleite que vivemos, para que se grave na nossas memória e no nosso coração a sensação do prazer, a alegria e a serenidade que se experimentou, simplesmente ao viver o momento - 'aquele', no aqui e agora!!!
Bjs