quarta-feira, 18 de março de 2009

Saber esperar

Aqui estou eu, sentada numa 'sala de espera'... Enquanto aguardo, observo de soslaio os rostos dos que comigo partilham este momento e aguardam a sua vez.
Uns lêem, outros simplesmente olham o infinito, com a expressão impaciente de quem não sabe o que fazer para 'matar o tempo' para que este passe mais de pressa, e outros fazem o mesmo do que eu: observam...
Qualquer espera traz consigo associado o sentimento de impaciência porque, quer a saibamos breve ou prolongada, não está nas nossas mãos antecipar o seu fim. E enquanto se espera, é inevitável a sensação do tempo que não passa, do não saber como ocupar aquele pedaço de tempo em que as nossas vidas parecem ficar em suspenso (stand-by).
E afinal é tão simples... porque não aproveitar este tempo de pausa apenas para parar o pensamento, deixar a respiração fluir e simplesmente relaxar?! Mas de tão simples, é bastante complicado conseguir isto, pois a nossa mente trai-nos a cada instante e, se não estamos ocupados com algo, lá vem ela lembrar-nos deste ou daquele assunto que tenhamos pendente.
Neste meu tempo de espera aproveito para esboçar estas linhas, os meus companheiros de sala, entretanto, também arranjaram com que se entreter: um joga com o telemóvel, outra pega numa das revistas disponíveis (e desactualizadas) apenas para ler umas linhas ou ver as imagens e outra não tira os olhos daquilo que estou a fazer ;)
-Que tanto escreve ela? Pode ler-se no seu rosto a expressão da incompreensão, de quem não consegue perceber como é que alguém, assim de repente, pode escrever tanto, numa folha improvisada ao acaso.
-E sobre o quê? Para quê? São perguntas que lhe ficarão no íntimo, pelo menos até sair daqui, quando terminar esta sua espera e passar à seguinte.
E lá diz a expressão «Quem espera, desespera»! E com toda a propriedade, até porque, mesmo escrevendo, ou lendo, ou simplesmente existindo, o tempo teima em não correr (aguardo há dez minutos e parece ter estado aqui a manhã toda).
Ah! E eis que a minha espera está prestes a terminar... o silêncio é quebrado pelo ruído de uma porta que se abre ao fim do corredor e uma voz que ecoa... Mas não! A minha ansiedade tomou conta do momento... e ainda não é a minha vez!
Parece que vou continuar à espera; mas entretanto vou optar apenas por respirar e existir, deixando o pensamento fluir...
Bjs

Um comentário:

Topzinhoo ^^ disse...

Maravilhoso e realmente espantoso!!! Afinal, é verdade. Eu sou muito impaciente, é um dos meus defeitos. Talvez nesses momentos o ideal seja relaxar e pensar nas coisas da vida.

Bjos para todos,

Marina Moura