quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Chucha, querida chuchinha...


Nascem os bebés e muitos pais se debatem na indecisão acerca do que escolher: dar ou não a (ben/mal dita) chucha à criança…. Há pediatras que dizem, inclusive, que a chucha é mais um calmante para os pais do que para os bebés… vá-se lá saber!
A verdade é que o uso desse objecto tão amado de certas crianças e tão detestado por certos profissionais da saúde e preocupante para os pais, continua a ser controverso e não se sabe se realmente é ou não eficaz e benéfico para a criança que o usa.
O certo é que a chuchinha funciona como uma tetina, o bebé pode chuchar furiosamente, as vezes que quiser, para se saciar, acalmar ou apenas para ocupar o tempo. A verdade é que ela parece dar à criança uma sensação de conforto e, quando atravessa períodos de irritabilidade, a sucção parece acalmá-la, o que pode ocorrer no caso das cólicas, dos dentes, ou para enfrentar qualquer desconforto, ou até uma crise de ‘mimite’ aguda.
Claro que o principal objectivo é que as crianças usem o máximo possível a chucha, de forma a ficarem satisfeitas, e a larguem ainda mais depressa. Só que (quase) nunca isso acontece de forma fácil e espontânea: elas parece ficarem ‘aditas’ do objecto calmante e parece nunca mais perderem o interesse, antes pelo contrário, à medida que os anos vão passando, maior parece ser a sua amizade com a dita.
Os pais esperam que elas a larguem espontaneamente, mas chegado o prazo estabelecido pela paciência de cada um, então vem a decisão que ela deve desaparecer da vida das suas crianças.... começa-se por tirar aos poucos, mas depressa se verifica que não funciona! Então chega a medida drástica: fazê-la desaparecer... dar ao cão, a qualquer outro bebé, esquecer algures, perder no parque… seja lá a medida que for, ela será sempre um pouco cruel e fará dos pais ‘os maus da fita’ naquela cena ou etapa de vida.

Pois bem, e esse dia chegou também para o pequeno Santiago, fervoroso adito não de uma, mas de duas chuchas – a branca e a azul – que ele sugava até dizer mais não, fiéis companheiras de longos dias passados na crèche, consolo absoluto para quando algo não corria conforme desejado….
Aconteceu uns dias antes do Natal: após longos meses de convencimento, lá visitámos a casa do Pai Natal, a quem ele entregou voluntoriosamente (à força) as suas chuchas.
Houve risos, lágrimas, algumas birras até; foi duro, talvez mais para a mãe do que para o ex-bebé... durante algum tempo, antes de dormir, ele ainda espreitou por cima do guarda-roupa (não fossem elas ter voltado); mas não, elas não voltaram… ou melhor, fizeram parte de um presente de Natal que a mamã recebeu (e que certamente fará delas um belo quadro para mais tarde recordar)… Para ele, as chuchas estão na árvore do Pai Natal ! Mas teve a sua recompensa: os almejados dinossauros e o crocodilo - que expiaram a culpa do acto empreendido ;)
Hoje já é mais fácil, ele parece ter esquecido, já quase não pergunta por elas, não reclama, vê fotos de quando era mais bebé, de chucha na boca, e com aquele brilho no olhar enche o peito de ar e diz que já é grande! um homem! A chucha foi embora, e levou com ela o bebé… deixou-nos um rapazinho, bem mais irreverente, diga-se, com algumas ideias já muito próprias, a crescer… Bravo, Santiago!!!
Fica o sentimento de satisfação, de etapa passada, de contentamento por ele, pela pequena vitória alcançada... mas como é difícil ver partir a chucha... e o bebé com ela!
Bjs

Um comentário:

Unknown disse...

ui ui a quem o dizes, se pudesse ainda enfiava na boca dos meus, se isso os fizesse pequenitos outra vez, ai que saudades....jinhos carinhosos